Caesb nega início do racionamento de água de 48 horas no fim de semana

“Ninguém será pego de surpresa”, diz o presidente da Caesb, Maurício LuduviceValter Campanato/Agência Brasil O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, voltou a afirmar nesta sexta-feira (20) que o…

  • Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil
  • 20/10/2017 19h35
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Brasília - O presidente da Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, fala sobre a crise hídrica no Distrito Federal (Valter Campanato/Agência Brasil)

“Ninguém será pego de surpresa”, diz o presidente da Caesb, Maurício LuduviceValter Campanato/Agência Brasil

O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, voltou a afirmar nesta sexta-feira (20) que o racionamento de 48 horas não tem data certa para começar e que notícias de que as interrupções começariam no próximo domingo (22) são falsas. “O que eu posso assegurar é que a população será devidamente avisada, com antecedência. Ninguém será pego de supresa”, disse Luduvice, em entrevista coletiva.

Hoje a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) autorizou a ampliação do racionamento no Distrito Federal das atuais 24 horas de suspensão de abastecimento para 48 horas. Nas redes sociais, circula uma tabela atribuída à Caesb que mostra que o racionamento começaria neste fim de semana. Luduvice informou, no entanto, que na segunda-feira (23) a Caesb encaminhará um projeto para ser avaliado pela Adasa e que, mesmo após aprovado, o racionamento não começará imediatamente.

Luduvice não adiantou quais serão as regiões em que o racionamento será ampliado, nem como o projeto será aplicado, mas ressaltou que a situação mais crítica é do reservatório do Descoberto, que atingiu nesta sexta-feira (20) o volume útil mais baixo já registrado, de 10,2%. Até o momento, a Adasa considera que as medidas adotadas conseguem sustentar o abastecimento, no limite, até 9% desse volume.

Com o início da captação de água no Lago Norte, e outras medidas estruturais, a Caesb conseguiu retirar algumas regiões do Descoberto, como Guará I e Guará II. Atualmente, são abastecidas pelo reservatório regiões como Taguatinga, Ceilândia e Gama. Luduvice alertou, porém, que outras regiões, abastecidas por Santa Maria, também podem entrar no racionamento ampliado. “Como eu disse, a gente se prepara para o pior e torce para o melhor. Temos que estar preparados. Estamos desenvolvendo planos [de rodízio], tanto para o Descoberto quanto para Santa Maria.”

Luduvice lembrou que a Caesb têm feito otimizações do sistema de captação e que isso possibilitou um aumento da retirada de água do Descoberto, o que poderá trazer certa segurança. Essas medidas constam no relatório que será apresentado à Adasa. De acordo com o presidente da Caesb, isso poderá reduzir o limite de 9% estabelecido até agora para cerca de 5%, dando uma margem maior de abastecimento.

Ele disse que “é preciso pensar na comunidade em geral” e que é difícil decidir pelo racionamento ou ampliação, mas que é mais difícil ainda, uma vez que se entra, sair desse sistema. Por isso, a Caesb busca outras medidas para tentar adiar o início do racionamento de 48 horas e não descarta a possibilidade de chuva.  “A chuva está chegando, a gente espera ganhar volume e é importante que, quando a chuva vier, a população continue economizando”, afirmou Luduvice. 

Hoje a Adasa autorizou também a captação de água do volume morto do Descoberto, ou seja, da parte do reservatório abaixo dos tubos de captação. Para isso, a Caesb informa que fará as obras necessárias, mas que espera não usar esse volume. Até janeiro essa obra estará concluída.

Segundo a Caesb, outras medidas que podem dar maior segurança para o abastecimento de água no DF já começaram a ser implementadas. Bananal, entra em operação no fim deste mês e Corumba IV, no fim do ano que vem. A empresa também diz que reduziu o desperdício de água que ocorre nas tubulações por vazamentos e com furto de água, os chamados gatos. No final do ano passado, 35% da água não chegava ao destino final. Essa porcentagem caiu para 30%.

“Importante dizer que não existe perda zero”, enfatizou a companhia, acrescentando que um valor admitido internacionalmente é 20%. “Estamos trabalhando na melhoria de redes, colocação de válvulas redutoras de pressão. Mais importante: estamos trabalhando nos gatos, que são um problema serio para nós”.

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