Calero vai à Procuradoria contra Alvim por ‘apologia ao nazismo’
Na representação, ex-ministro da Cultura no governo Temer pede a apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa do ex-secretário especial de Cultura
O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) protocolou uma representação no Ministério Público do Distrito Federal contra o ex-secretário especial da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, “pelo discurso com apologia nazista” – por divulgar o Prêmio Nacional das Artes de 2020 em um canal institucional do YouTube, no último dia 16.
Na representação, Calero, ex-ministro da Cultura no governo Temer, requer apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa de Alvim, “o que inclui as sanções por improbidade, a reparação decorrente dos gastos com a inadmissível publicidade e a condenação à reparação ao dano moral coletivo existente”.
Na semana passada, Alvim foi demitido depois que postou vídeo em que parafraseou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.
“O ato do ex-secretário é incompatível com a sociedade brasileira, e o Estado deve responder de forma exemplar, enérgica e pedagógica para que isso jamais volte a acontecer em nosso país”, declarou Calero.
Ainda segundo a representação protocolada nesta quinta no Ministério Público, “as referências ao nazismo, ainda mais quando feitas por uma alta autoridade pública encarregada da cultura nacional, não podem em hipótese alguma ser toleradas”.
O deputado assinala, ainda, que “nesse cenário, a indiferença é algo que não cabe, devendo haver o uso de todas as formas possíveis de responsabilização do autor do fato ilícito para que se sinalize a todos os cidadãos brasileiros e demais Estados Soberanos da Comunidade Internacional que os compromissos históricos brasileiros com a dignidade humana continuam sólidos, íntegros e que não houve e nem haverá qualquer guinada na forma do país em se posicionar contra os horrores do nazismo”.
Calero argumenta que “o momento inspira diálogo, busca de convergência e entendimento”. “A tradição brasileira é de harmonia nas relações entre os povos e de respeito à pluralidade. Não vamos deixar que ações como esta nos tirem do caminho de fazer um Brasil melhor”, disse.
No dia 17, em entrevista à Rádio Gaúcha, Roberto Alvim pediu perdão e disse que não houve “associação intencional com o nazismo”. Segundo ele, houve “uma infeliz coincidência retórica”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.