Câmara aprova moção de repúdio a incidente com senadores brasileiros na Venezuela

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 18/06/2015 18h40
BRASÍLIA, DF, 18.06.2015: PLENÁRIO-CÂMARA - Deputados da oposição protestam no plenário e exigem do presidente dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) uma posição da câmara sobre o incidente com os senadores da oposição que foram à Venezuela e teriam sido alvo de um protesto de militantes pró governo venezuelano, inclusive com apedrejamento do veículo onde eles estavam. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) Pedro Ladeira/Folhapress Deputados protesto durante sessão no plenário

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (18) uma moção de repúdio aos atos de protesto contra a delegação brasileira de senadores que foi à Venezuela para verificar as condições dos opositores ao governo venezuelano presos naquele país.

Há poucas horas, quando a comitiva de senadores desembarcou em Caracas, o micro-ônibus no qual os senadores se deslocavam parou em um congestionamento e manifestantes venezuelanos atacaram o veículo, protestando contra a presença dos senadores na Venezuela.

A comissão externa de senadores brasileiros tinha o objetivo de conferir as condições de direitos humanos dos presos de opositores ao governo, como o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma. O governo venezuelano argumenta que ele foi preso por tentar um golpe de Estado.

A oposição venezuelana, entretanto, argumenta que o governo de Nicolás Maduro tem perseguido os opositores e cerceado a imprensa.

O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) disse que episódio ocorrido na Venezuela confirma que houve um movimento organizado e contrário aos senadores líderes de oposição brasileiros em missão naquele país.

“Esse Parlamento dá uma demonstração clara de repúdio contra agressões sofridas por brasileiros na Venezuela”, disse ele, ao defender a moção de repúdio por conta da intimidação sofrida por senadores brasileiros.

Mercosul
O deputado Celso Russomanno (PRB-SP), por sua vez, lembrou que a entrada da Venezuela no Mercosul foi condicionada à autorização para que os países membros pudessem fiscalizar o exercício da democracia naquele país.

“A garantia de parlamentares brasileiros é o mínimo que se pode exigir. Por lá, as coisas acontecem de maneira orquestrada. Certamente para que os parlamentares não tivessem êxito no que foram fazer lá”, disse.

A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), destacou que é clara a luta político-ideológica que está estabelecida no Plenário. “A informação sobre esse caso ainda está nebulosa. Não sei se foi marcada ou se não foi marcada [a viagem]. Se a Venezuela sabia da visita. Não sei como o processo se deu. Não devemos nos meter no processo de luta política que está lá. Queria ver como seria a visita a uma cadeia americana sem avisar”, indagou.

“Como se trata de parlamentares brasileiros, nós concordamos em votar a moção, mas isso não retira de nós a demarcação clara de defesa da autonomia da Venezuela”, disse a deputada.

O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) leu a nota publicada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre o ocorrido na Venezuela. “As democracias verdadeiras não admitem conviver com as manifestações incivilizadas e medievais. Elas precisam ser combatidas energicamente para que não se reproduzam”, diz a nota.

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