Câmeras de segurança não confirmam estupro no metrô de SP, diz secretário

Caso teria ocorrido na última quarta-feira, na estação Sacomã da Linha 2-Verde, contra uma jovem de 18 anos

  • Por Nicole Fusco
  • 27/08/2018 19h13
GESP GESP O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, disse que a vítima terá acesso às imagens e será ouvida novamente

As câmeras de segurança da estação Sacomã, da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, não confirmaram o estupro relatado por uma jovem, de 18 anos, na quarta-feira passada. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, também não foi confirmada a versão de como a vítima foi abordada pelo agressor.

A mãe da menina contou, em entrevista à Jovem Pan, que a filha estava na fila da bilheteria da estação quando foi abordada pelo rapaz, que teria cerca de 25 anos de idade, para tirar uma dúvida de como chegar à estação Consolação, também na Linha 2-Verde. Depois de explicar o trajeto, ela desceu as escadas e se dirigiu ao local onde costuma embarcar no trem. O homem, então, a puxou e a jogou no chão. “Depois que ele a estuprou, ele disse: ‘agora você vai estudar e eu vou te acompanhar’”, contou a analista de sistemas, de 46 anos.

“Esses fatos não se comprovaram pela visualização das câmeras”, afirmou o secretário à Pan. Segundo ele, as imagens serão disponibilizadas para a jovem e ela será ouvida mais uma vez pela 2ª Delegacia de Defesa da Mulher, que investiga o caso. “É precipitado falar qualquer coisa antes de ela ser ouvida novamente”, disse Barbosa Filho.

O secretário voltou a afirmar que, apesar dos rumores nas redes sociais, nenhum outro caso foi confirmado pela polícia. “Na semana passada, tivemos relato de que teria ocorrido um estupro na estação Vila Mariana [Linha 1-Azul], mas, na verdade, esse crime não ocorreu. A vítima sofreu uma agressão e foi socorrida pelos funcionários do Metrô”, disse. Segundo ele, o “pânico não é sadio para a sociedade”.

Número de ocorrências

O número de estupros ocorridos no mês de julho teve uma ligeira queda de na comparação com o mesmo período do ano passado. Neste ano, foram 858 relatos, ante 884 em 2017 — uma queda de 26 casos ou 2,95% do total, conforme divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Segurança Pública.

Na comparação com o mês de junho, os números também variaram pouco. Foram 795 crimes sexuais notificados naquele mês.

De acordo com Mágino Alves, a secretaria tem investido no incentivo à notificação. “Esse é um crime praticado, normalmente, na clandestinidade. Cerca de 80% dos casos ocorrem entre pessoas que têm algum tipo de relação. O que sobra são casos que, se forem notificados, nós podemos mapear e evitar que outros crimes venham a acontecer”, afirmou ele.

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