Campanha do governo do RJ mostra homem com máscara KN95 de cabeça para baixo

Informe publicitário tinha objetivo de incentivar uso dos equipamentos de proteção mesmo após a vacina; SES pediu desculpas e retirou peças de circulação

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2021 12h44 - Atualizado em 12/04/2021 13h04
Reprodução/Twitter @_FabioReis homem com máscara ao contrário O respirador PFF2/N95, também conhecido como “bico de pato”, é considerado um Equipamento de Proteção Individual (EPI)

Uma campanha publicitária para incentivar a vacinação, feita pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, gerou comentários nas redes sociais por uma gafe. Na imagem, um homem vestido com jaleco e estetoscópio, na figura de um médico, usa uma máscara de proteção ao contrário: com o lado do arame que deveria vedar o o nariz, no queixo. Além disso, o modelo utilizado é o KN95 que, por ter o elástico nas orelhas, pode não ser o EPI mais confiável contra a Covid-19 — ao contrário da máscara N95/PFF2. O banner com a imagem estampou pontos de ônibus e foi veiculado em todo o Estado nos principais meios de comunicação.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro pediu desculpas por não ter percebido esse equívoco no uso da máscara dentro do maior intuito da campanha: incentivar as pessoas que já podem se vacinar a buscar a imunização contra a Covid-19 e a manter as medidas de proteção. “As peças publicitárias da primeira fase da campanha já foram recolhidas no dia 9 de abril e uma segunda fase irá para as ruas nesta terça-feira, 13 de abril”, informou o documento.

O que é a máscara PFF2/N95?

O respirador PFF2/N95, também conhecido como “bico de pato”, é considerado um Equipamento de Proteção Individual (EPI) e é encontrado para vender em lojas de material de construção. Entre as opções de máscaras, essa é considerada uma das mais seguras por garantir uma maior vedação do rosto e não permitir a passagem do ar pelas laterais — garantindo que os aerossóis da Covid-19 não passem pelo TNT filtrante.

A máscara KN95 é chinesa, semelhante ao respirador PFF2, mas não tem regulamentação no Brasil. A principal diferença entre elas é o elástico: enquanto a PFF2 oferece um elástico inteiriço e que prende atrás da cabeça, a KN95 possui o elástico preso atrás das orelhas. Isso, a depender do usuário, pode não garantir a melhor vedação do rosto. A falta de regulamentação também abre espaço para modelos falsificados, já que não possui o selo do INMETRO e são importadas. A Anvisa publicou uma lista de empresas fabricantes que mostraram falha na eficácia que pode ser consultada aqui.

As máscaras PFF2 são individuais e podem ser reutilizadas desde que não sejam molhadas ou tenham contato com álcool. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, nos EUA), o respirador pode ser reutilizado cinco vezes se for retirado e armazenado de forma segura. O ideal é deixar a máscara descansando em lugar arejado, longe do sol, por no mínimo três dias. Tanto a água quanto o álcool prejudicam o TNT e o tornam menos eficiente. Se o EPI apresentar rasgos, manchas ou furos, ele deve ser descartado.

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