Candidatos em SP apostam em biografia no 1º dia de propaganda no rádio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/08/2016 11h48
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Elza Fiúza / ABr Urna Eletrônica

A estreia dos candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo no horário eleitoral gratuito no rádio, na manhã desta sexta-feira, 26, não fugiu do script utilizado nos primeiros programas do rádio e na TV pelos políticos que pleiteiam um cargo majoritário e a aposta foi na apresentação de suas biografias ao eleitorado. Cada um tentou se apresentar ao eleitor como o mais preparado para resolver os problemas de uma cidade complexa como São Paulo.

Dos candidatos mais bem pontuados nas pesquisas de intenção de voto, Celso Russomanno (PRB), que lidera as mostras, falou de sua formação em direito e jornalismo e de seu trabalho em defesa do consumidor. Ele apresentou a sua vice, Marlene Campos (PTB), dizendo que ela tem foco no social e que a primeira ação que ambos pretendem executar, caso sejam eleitos, é a melhoria de vida do cidadão que mora na Capital, ao som do jingle: “São Paulo sabe que a gente resolve”.

O prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), começou o programa ao ritmo de um rap, dizendo ao eleitorado que quer conversar sobre a cidade e contar o que fez nesses quatro anos de mandato, citando realizações em áreas como saúde, educação, transporte público, moradia e cultura. “Gostaria de provar que, apesar dessa crise, tivemos avanços e entregamos várias coisas, construindo uma cidade mais humana”, destacou o petista. Assim como Russomanno, Haddad também apresentou seu vice, Gabriel Chalita (PDT), que fez coro ao prefeito, enaltecendo alguns feitos na cidade, em especial os da área da educação e mobilidade urbana.

Como o candidato que aparece neste momento com o maior índice de rejeição nas pesquisas de intenção de voto, Haddad disse, neste primeiro programa de rádio, que suas ações no comando do executivo municipal às vezes são “movimentos difíceis de se compreender”, mas espera que a população assimile esses avanços, pois ele já “fez muito pela cidade” e quer fazer muito mais.

Em razão do pouco tempo que tem no horário eleitoral gratuito, de apenas dez segundos, a candidata do PSOL, Luiza Erundina, disse que não precisa de mais tempo de exposição para o eleitor saber o que ela já fez por São Paulo. O candidato Major Olímpio (SD), mesmo com o tempo reduzido de 21 segundos, conseguiu mostrar seu padrinho político, o presidente do Solidariedade, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. O mote dos dois foi o foco na segurança.

O candidato que reúne a maior coligação neste pleito e, portanto, o maior tempo no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, com 3min06, o tucano João Doria Jr., apostou em sua biografia, com detalhes como o seu começar a trabalhar aos 13 anos, perder a mãe aos 14 e ver o pai ser exilado pela ditadura militar. Ele se apresentou ao eleitorado como um empresário de sucesso, casado e pai de três filhos, que optou por deixar o sucesso do mundo empresarial para, com sua experiência, ajudar a melhorar a cidade de São Paulo e tirar as finanças do município “do vermelho”, numa alusão ao déficit nas contas da cidade e a cor do PT, sigla do atual mandatário da cidade.

Além da aposta na biografia, Doria também dirigiu suas críticas ao prefeito Fernando Haddad. Em uma “entrevista”, onde a locutora do seu programa fazia perguntas nas quais ele enaltecia suas qualidades e criticava as do atual prefeito, o tucano criticou duramente as ciclovias, dizendo que elas foram mal feitas e que “infelizmente” a atual gestão dificulta a vida do cidadão. Um dos motes de sua campanha é “dá pra ser diferente, dá pra ser melhor”. O tucano não apresentou o seu vice, Bruno Covas, neste primeiro programa.

Já o programa de Marta Suplicy (PMDB), que disputa mais uma vez a Prefeitura, teve um tom mais informal, mesmo na apresentação de sua biografia. Com um DJ ao fundo, Marta chegou a dizer: “bota o som, mano”. A peemedebista procurou, em seu programa de estreia no rádio, dizer que pretende voltar a governar a cidade para “arrumar o que está mal feito”, para “acabar com a indústria da multa” e “tirar a saúde da UTI”, dentre outras metas. E chamou os eleitores para um “papo reto” no programa de rádio que vai ao ar ao meio-dia. Curiosamente, o mote “papo reto” foi o mesmo utilizado pelo tucano Aécio Neves, na campanha presidencial de 2014, para conversar com os jovens pelas redes sociais. 

O marqueteiro de Marta nesta campanha, o jornalista Alexandre Oltramari, é o mesmo que trabalhou com Aécio, no início do pleito presidencial de 2014, e também fez as recentes propagandas da gestão do petista Fernando Haddad. O slogan de Marta é “coragem para mudar”. Como Doria, ela também não apresentou o seu vice, Andrea Matarazzo, ex-PSDB e atual PSD, neste primeiro programa de rádio.

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