Cardozo passou a ser um “litigante de má-fé”, lamenta Ives Gandra Martins

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2016 15h55
Brasília - O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fala sobre o relatório de impeachment feito pelo deputado Jovair Arantes (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil Advogado-geral da União

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o jurista Ives Gandra Martins afirmou que o advogado-geral da União está ultrapassando os limites da advocacia da boa-fé. “Ele passou a ser um litigante de má-fé (…) José Eduardo [Cardozo] está desfigurando a imagem que ele construiu”, lamentou.

Para Ives Gandra Martins, a decisão da AGU de entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal é uma tentativa de José Eduardo Cardozo de “tumultuar”. “É uma tentativa desesperada de um Governo que não governa mais, que não tem maioria na Câmara e que agora quer permanecer por amor ao poder”.

Cardozo apresenta no mandado de segurança argumentos que questionam o desvio de poder de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que conduziu o processo de impeachment na Câmara dos Deputados e que o ato deste foi “viciado” desde a aceitação do pedido assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal.

“Essa última tentativa quer reesquentar argumentos apresentados em dezembro. Se admitirmos que todos os atos de Cunha são viciados, todas as leis, todos os atos e processos teriam que ser nulos e poderiam ser contestados”, ressaltou o jurista. Sobre a aceitação do pedido, Ives Gandra Martins lembrou: “foram nove pedidos e ele aceitou um”.

“Qualquer que fosse a motivação dele para dar início ao processo, como tinha pedido de impeachment, havia argumento jurídico. O fato de ter aceito representa apenas um voto. Quem decidiu foram os deputados. O que importa é o voto. Havia base jurídica, o processo foi aceito. Se ele gostava ou não da presidente, isso não importa (…) É uma tentativa desesperada de conturbar o processo”, criticou.

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