Carlos Velloso recusa ministério da Justiça proposto por Temer

  • Por Jovem Pan com agências
  • 17/02/2017 17h15

Ex-ministro do STF Carlos Velloso em ato a favor da legalidade do impeachment de Dilma em abril de 2016

Marcelo Camargo/Agência Brasil ABR - Ex-ministro do STF Carlos Velloso em ato a favor da legalidade do impeachment de Dilma em abril de 2016

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso recusou o convite de Michel Temer para assumir o ministério da Justiça.

A família de Velloso era contra ele assumir a pasta. De acordo com a colunista Jovem Pan Vera Magalhães, ao menos dois obstáculos foram apontados para Velloso não assumir a pasta:  pressão da família e cláusula de exclusividade que clientes tinham com seu escritório de advocacia. O escritório atua em mais de 50 ações no STF, entre elas na defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), algo que repercutiu na imprensa e nas redes sociais e também pode ter pesado na recusa.

Na noite da quinta-feira, 16, ele havia dito ao jornal O Estado de S. Paulo que aguardava a resposta de clientes de seu escritório de advocacia para dar uma resposta ao presidente sobre o convite. Segundo ele, para que não houvesse conflito de interesse. Caso assumisse o Ministério da Justiça, Velloso teria de deixar de atuar como advogado, seguindo o Estatuto da Advocacia. “Eu quero servir o meu país”, disse Velloso na ocasião.

Segundo Velloso, ele havia transmitido a Temer, às 21h30 da quinta-feira, que estava “tentando afastar questões pertinentes a contratos” que exigiam a participação direta dele para dar a resposta definitiva ao presidente. A questão foi encaminhada para ser avaliada pelo setor de compliance da multinacional.

De acordo com o ex-presidente do STF, o prazo limite combinado com Temer para a decisão era esta sexta-feira.

Velloso havia sido escolhido para ocupar o cargo deixado por Alexandre de Moraes, indicado para ocupar uma cadeira no STF.

Falou como ministro                              

Velloso concedeu entrevista exclusiva nesta quinta (16) ao Jornal da Manhã em que adotava o tom de ministro. Ele disse ontem que era um “homem de desafios” e respondeu perguntas sobre deságios da pasta, como sua posição em relação ao foro privilegiado: O foro privilegiado, o nome diz, não é republicano. Ele privilegia grupos de pessoas e isso não pode existir em uma República. Eu acho que isso tem que acabar. No que depender de mim, eu farei tudo”. Velloso disse também que tem “o maior entusiasmo” pela Operação Lava Jato.

Assista e relembre à entrevista completa AQUI.

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