Caso Geddel não atinge Temer “nem de longe”, diz Aécio

  • Por Jovem Pan
  • 25/11/2016 16h29
Brasília - O presidente interino Michel Temer durante cerimônia de posse aos ministros de seu governo, no Palácio do Planalto. À esquerda, o senador Aécio Neves (Valter Campanato/Agência Brasill) Valter Campanato/Agência Brasill Aécio Neves e Michel Temer - PSDB e PMDB

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), classificou como “inaceitável” a possível gravação que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero teria feito de conversa com o presidente da República Michel Temer (PMDB).

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O caso se inscreve no escândalo que envolveu Geddel Vieira Lima, ex-ministro que pediu demissão nesta sexta (25) após suposta pressão que teria feito sobre Calero para liberar obra de prédio em que havia comprado um apartamento.

“Se confirmado isso (gravação de conversa com Temer), há algo aí extremamente grave que também tem que ser investigado: o fato de um servidor público (Calero), homem até aquele instante de confiança do presidente da República, com cargo de ministro de Estado, entrar com um gravador para gravar o presidente da República. Isso é inaceitável”, afirmou.

“Isso é inédito na história republicana do Brasil, porque permite a todos nós achar que nessa conversa possa ter induzido qualquer palavra do presidente da República”, disse Aécio, pedindo punição a Calero, após encontro nacional de prefeitos do PSDB, na manhã desta sexta (25), na Câmara.

“Mas nem de longe, na minha avaliação e do PSDB, esse episódio atinge o sr. presidente Michel Temer”, completou o tucano mineiro.

Aécio também descrê que o episódio tenha chances de causar uma crise no governo Temer.

O ex-ministro da Cultura prestou depoimento à Polícia Federal e informou que gravou conversas com Temer e outros ministros. A assessoria de Calero nega, porém, que ele tenha tido a intenção de gravar conversas com o presidente.

A oposição já se articulou e planeja entrar na próxima segunda-feira com um pedido de impeachment contra Michel Temer com o argumento de que ele teria cometido crime de responsabilidade. Como os políticos, eles mesmos, não podem entrar com o pedido, já há articulações para que civis tomem a iniciativa.

O senador afirmou que a crise foi instalada no País por culpa do PT. “A irresponsabilidade do PT levou o Brasil à maior crise dos últimos 125 anos. Não vejo, portanto, qualquer autoridade em qualquer membro do PT para cobrar desse governo o que quer que seja em qualquer campo, seja administrativo, seja moral”, disse Neves.

O líder do governo, também tucano Aloysio Nunes Ferreira, acusa a oposição de oportunismo.

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