Caso Pizzolato faz Itália expor “vergonha nacional” que é situação carcerária do Brasil, diz criminalista
O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, foi solto na Itália e não será extraditado. Para o criminalista e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, Roberto Delmanto Junior, o caso expõe uma vergonha nacional que é a população carcerária do país.
“Somos a terceira maior população carcerária do mundo, perdendo só para os Estados Unidos e para a China, nesse contexto ficou realmente vergonhoso para o Brasil, diante da comunidade internacional, o argumento utilizado pela Itália, “olha, não extradito porque suas prisões violam os direitos humanos, e ele está solto aqui””, disse o criminalista. “Foi uma resposta da Itália ao Brasil e, de certa forma, nós temos que ver isso do lado positivo, no sentido de chamar a atenção para essa questão penitenciária no Brasil”.
Delmanto lembrou ainda o que disse o atual ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, que afirmou que “preferia morrer do que viver em uma das cadeias brasileiras”. Segundo o criminalista, a situação entre Brasil e Itália, no que diz respeito à extradição, sempre foi muito delicada.
“Nós tivemos no passado o episódio do Cesare Battisti, que o Brasil não extraditou. E isso caiu muito mal na Itália, gerou uma revolta inclusive porque naquela época questionava-se a legitimidade do próprio julgamento dos tribunais italianos. E agora, houve um revés. (…) Na minha opinião, eles (italianos) encontraram uma justificativa plausível, que de certa forma é vergonhosa para o Brasil (situação carcerária), para não extraditar o Henrique Pizzolato e assim, mantê-lo na Itália”, contou.
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