Caso Queiroz tem novo promotor após anterior alegar suspeição por ter se encontrado com Flávio Bolsonaro
O promotor Luís Otávio Lopes é o novo responsável pela investigação de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), pego em movimentações atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Claudio Calo, inicialmente designado para o caso, se declarou suspeito na noite de terça-feira (5).
Lopes é titular da 25ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), que é tabelar (sucessora) da 24ª Promotoria de Investigação Penal, de Calo – ou seja, é a que recebe o caso como substituta imediata. Enquanto o promotor Claudio Calo for o titular da 24ª PIP, o procedimento no qual arguiu o impedimento e suspeição ficará na 25ª PIP.
Calo se declarou suspeito para analisar o caso um dia depois de recebê-lo. Ele tomou essa iniciativa depois da repercussão negativa de antigas publicações feitas no Twitter. Nelas, o representante do Ministério Público compartilhou postagens sobre a família do presidente Jair Bolsonaro e comentou o caso Queiroz, conforme revelaram jornais.
Ao longo do dia houve questionamento nas redes sociais sobre a imparcialidade do promotor. Claudio Calo disse que deixou as apurações por “questão técnica e não por pressão, em razão do Twitter, ou por questão de simpatia ou antipatia pela família”. E completou: “Já denunciei pessoas de vários partidos MDB, DEM, PT, PRTB, dentre outros.”
O promotor também alegou, no pedido de suspeição, que apesar de não ser amigo ou inimigo de nenhuma pessoa mencionada nos autos, encontrou-se pessoalmente com Flávio quando este era deputado estadual pelo Rio de Janeiro e senador eleito ainda não diplomado. A reunião aconteceu em 30 de novembro, antes da divulgação das investigações.
A existência do relatório do Coaf só foi revelada em 6 de dezembro. O encontro foi intermediado por ex-colegas de turma do promotor no curso de direito. O objetivo do encontro, segundo ele, era tratar “exclusivamente de questões relacionadas com a segurança pública, precisamente com o combate à corrupção e o combate à lavagem de capitais”.
Calo contou que sugeriu ao parlamentar, dentre outras medidas, o aumento da pena mínima para crimes que causam lesão ao Erário, assim como dificultar a progressão de regime de cumprimento de pena. Segundo o promotor, houve “contato pessoal com fins jurídicos, sendo que ocorreu antes mesmo da divulgação pela mídia dos fatos investigados”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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