CCJ aprova relatório e recomenda que Câmara não autorize processo contra Temer

Marcelo Camargo/Agência Brasil Parlamentares aprovaram o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomenda a rejeição da denúncia contra Temer e o "quadrilhão do PMDB" na CCJ da Câmara

Por 39 votos a 26, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, aprovaram, nesta quarta-feira (18), o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que pede o arquivamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. O processo segue para votação em Plenário. Agora Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) precisam de 172 votos para barrar o prosseguimento da denúncia e evitar a investigação do STF.

A sessão da CCJ foi marcada por intenso bate-boca entre os parlamentares, além da troca de cadeiras. O deputado Júlio Delgado (MG), que substitui Tereza Cristina (MT) na liderança do PSB, retirou Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT), considerados aliados de Temer e nomeou os oposicionistas Danilo Cabral (PE) e Hugo Leal (RJ). Enquanto, o Planalto manobrou ao “exonerar” os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), que voltaram a ocupar seus cargos na Câmara e retiram o direito ao voto dos suplentes Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE), contrários ao governo Temer.

Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por integrarem organização criminosa com base nas delações de Joesley Batista e Lúcio Funaro. O MPF apura que o “quadrilhão” do PMDB teria recebido R$ 587 milhões em propinas por desvios na Petrobras, Caixa Econômica Federal e Furnas.

O presidente da República também é réu no processo que apura a obstrução de Justiça ao tentar comprar o silêncio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de Lúcio Funaro.