CCT vota requerimento de audiência sobre denúncias de propina da TV Globo

  • Por Agência Senado
  • 27/11/2017 15h57
Jefferson Rudy/Agência Senado Lindbergh Farias Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é o autor do requerimento que pede que citação à Globo no Fifagate vá a debate no Congresso

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática deve analisar, nesta terça-feira (28), requerimento do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) de realização de audiência pública sobre denúncias de que a Rede Globo teria, por meio do pagamento de propinas a dirigentes do futebol brasileiro e internacional, atuado para obter a exclusividade na transmissão de grandes eventos esportivos.

Lindbergh propõe que sejam convidados para a audiência o executivo Marcelo Campos Pinto, ex-diretor da Globo Esportes, e um representante do Grupo Globo. O senador argumenta que caso sejam comprovadas as denúncias que estão sendo investigadas no âmbito da Justiça norte-americana, a atuação da emissora teria provocado distorções no mercado, prejudicando concorrentes de forma desleal, afetando ainda outros setores econômicos ligados a este mercado.

“Este caso está tendo repercussão internacional, a partir de acordo de delação premiada feito pelo executivo argentino Alejandro Burzaco na Justiça norte-americana. A Globo teria pago, junto com a Televisa (grupo de comunicação mexicano) e a TyC (grupo de comunicação argentino do qual o delator foi executivo), U$ 15 milhões de dólares em propina para transmitir as Copas de 2026 e 2030”, aponta Lindbergh no requerimento. No caso da Globo, o acordo envolveria, segundo Burzaco, a exclusividade na transmissão destes eventos para o Brasil.

O senador também menciona que segundo o depoimento de Burzaco à Justiça dos EUA, a Globo teria conseguido, ainda por meio do pagamento de propinas, os direitos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana por cinco anos seguidos. Burzaco vem colaborando com a Justiça norte-americana como testemunha de acusação nas investigações envolvendo o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, que encontra-se em prisão domiciliar em Nova York (EUA). O caso é investigado lá porque ele e outros dirigentes do futebol brasileiro e mundial utilizaram bancos e empresas norte-americanas para movimentar dinheiro.

Globo nega

Por meio de nota oficial divulgada no dia 15 de novembro, o Grupo Globo nega ter efetuado pagamentos fora do âmbito contratual nas negociações de transmissão de eventos esportivos. Afirma ainda que após dois anos de investigações, não é parte de qualquer processo judicial e que encontra-se à disposição das autoridades norte-americanas para que os fatos sejam esclarecidos.

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