Celso de Mello dá mais 30 dias para PF fechar inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que investiga a suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF).
A medida se dá a pedido da delegada Christiane Correa Machado, chefe do Serviço de Inquéritos Especiais no STF e responsável pela condução do inquérito na PF, e tem “expressa concordância” da Procuradoria-Geral da República (PGR).
No pedido de prorrogação, a PF sinalizou a necessidade de realização de novas diligências para conclusão das investigações. Indicou ainda que pretendia tomar o depoimento de Bolsonaro na investigação, aberta após acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro ao anunciar a demissão.
Como presidente, Bolsonaro pode optar pelo depoimento por escrito — como foi autorizado a Michel Temer, que encaminhou ao Supremo respostas aos questionamentos feitos pelos investigadores no âmbito do inquérito dos Portos. O ex-presidente acabou denunciado no caso por corrupção e lavagem de dinheiro.
No entanto, na última quarta-feira (3), o presidente afirmou que pode prestar depoimento presencialmente à PF no inquérito. Bolsonaro disse ainda que o inquérito acabará sendo arquivado e que ele prestará esclarecimentos “sem problema nenhum”.
Além do possível depoimento de Bolsonaro, o pedido de prorrogação do inquérito feito pela PF citou uma série de diligências pendentes já determinadas pelas autoridades policiais, entre elas a verificação de edições na mídia que contém os arquivos de vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril – que foi divulgada quase na íntegra por ordem de Celso de Mello – e a finalização do relatório de análise das mensagens trocadas entre o ex-ministro Moro e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
*Com informações do Estadão Conteúdo
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