Centrão já discute sucessor de Eduardo Cunha na Câmara

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/06/2016 10h23
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Luis Macedo/Câmara dos Deputados Plenário

Responsável pela abertura e condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sofreu, na última terça-feira (14), sua maior derrota política desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro de 2015.

Os votos decisivos para a aprovação do parecer pela cassação de seu mandato partiram justamente de quem os aliados do parlamentar apostavam que seriam a seu favor, ou seja, de Tia Eron (PRB-BA) e Wladimir Costa (SD-PA). 

Integrantes do Centrão, grupo liderado por Cunha, já davam como certa, após o resultado, a cassação do peemedebista no plenário e a realização de novas eleições na Casa. Por ser o maior bloco informal da Câmara, com cerca de 250 deputados, o grupo quer eleger o sucessor do peemedebista. Os cotados são Jovair Arantes (PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF) e o atual líder do governo, André Moura (PSC-SE). 

Para aliados, a única chance de Cunha se salvar agora é se a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar um recurso que ele prometeu apresentar, nos próximos cinco dias úteis, ou um parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) mudando o rito de votação do processo por quebra de decoro parlamentar, o que permitiria a aplicação de uma punição mais branda. 

O peemedebista já começou a operar para obter maioria no colegiado. Após pressão do presidente afastado da Câmara, o PTN e o Solidariedade anunciaram, também na terça, a mudança de integrantes na comissão. O Solidariedade tirou o deputado Major Olímpio (SP), contra o parecer de Lira e favorável à cassação de Cunha, e o substituiu pelo deputado Lucas Vergílio (GO), que votará a favor do presidente afastado. Já o PTN trocou o único membro da vaga de titular a que tem direito no colegiado. A sigla substituiu o deputado Bacelar (BA), que é favorável à cassação, pelo deputado Carlos Henrique Gaguim (TO), aliado do político.

Autores da representação, PSOL e Rede concluíram que o resultado no Conselho de Ética deixa Cunha com poucas chances de se salvar no plenário. A previsão é de que a votação final ocorra antes do recesso de julho. “No plenário, Eduardo Cunha não tem nenhuma chance”, disse o líder do PSOL, Ivan Valente (SP). Em nota, Cunha afirmou que vai recorrer.

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