Chiquinho da Mangueira diz que mãe ‘pode ter recebido’ propina de mensalinho no Rio
O deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PSC-RJ) confirmou à Polícia Federal que recebeu dinheiro vivo de Sérgio de Castro Oliveira, o Serjão, apontado como operador do “mensalinho” atribuído ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Preso desde o início de novembro, quando foi realizada a Operação Furna da Onça, o parlamentar negou que repasse fosse uma mesada. Ele afirmou que o dinheiro seria destinado a Mangueira, que estaria passando por dificuldades financeiras.
“Tratava-se de ajuda de um colaborador mangueirense para auxiliar nas despesas da escola de samba, que atravessava momentos difíceis”, disse. Segundo Chiquinho, essas “ajudas” não eram “mensais” e estariam “todas relacionadas às despesas de carnaval.”
Apesar de ter declarado “nunca recebeu dinheiro em conta-corrente, sua e de sua mãe”, o deputado afirmou que a mãe “pode ter recebido alguma quantia” nos momentos em que ele estava ausente. Os pagamentos seriam feitos pelo próprio Serjão.
Furna da Onça
A operação policial que terminou com a prisão de Chiquinho da Mangueira e outros nove deputados fluminenses investiga esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada que teria movimentado R$ 54,5 milhões.
Com o “mensalinho”, os parlamentares investigados votariam a favor de projetos de interesse de Cabral. Os pagamentos chegavam a R$ 900 mil, de acordo com as investigações, além do “direito” de nomear apadrinhados a cargos no governo do Rio.
A prisão dos deputados, que era temporária, foi transformada em preventiva pelo desembargador Abel Gomes, na segunda-feira passada (12). Chiquinho teria recebido cerca de R$ 3 milhões em propinas entre 2013 e 2014, segundo delação de Serjão.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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