Cinco funcionárias são afastadas de creche denunciada por dopar crianças no interior de SP

  • Por Jovem Pan
  • 24/06/2019 21h51 - Atualizado em 24/06/2019 21h54
Reprodução Divulgação Nove mães suspeitam que seus filhos foram dopados enquanto frequentavam a creche

Cinco funcionárias do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Valter Peresi, em Votuporanga, no interior de São Paulo, foram afastadas após suspeitas de que as crianças estavam sendo dopadas. As ausências, no entanto, são preventivas, e vão ocorrer até o término do processo, já que não há certeza de que as servidoras tenham envolvimento no episódio.

O município abriu sindicância em 3 de maio, após exames feitos em bebê de 11 meses detectarem o medicamento Clonazepam no sangue e na urina das crianças. Nove mães suspeitam que seus filhos foram dopados enquanto frequentavam a creche.

Segundo publicação no Diário Oficial, “após oitiva das testemunhas e verificação dos documentos juntados pelas mesmas, ficam afastadas de suas funções, de 13 de junho de 2019 e até fim da conclusão dos trabalhos, em razão das provas colhidas e da gravidade dos fatos apurados”.

Uma das mães, a educadora infantil Keli Antoniolo, de 35 anos, disse que o filho foi matriculado na creche com seis meses de idade. Menos de um mês depois, foi entregue desacordado nos braços do pai. “Dos 6 aos 11 meses, foi um pesadelo. Meu filho passava mal. Ele ficava com a boca torta, olhar longe, vomitava muito e até desmaiava. Fazia exames e não dava nada”, contou.

O episódio mais grave ocorreu em 5 de outubro de 2018. O filho de Keli chegou bem ao Cemei, mas, no meio da tarde, as educadoras perceberam que o corpo da criança estava mole. Depois, o bebê vomitou e ficou desacordado. Com dificuldade em descobrir qual era a doença, os médicos diagnosticaram virose. Depois de três dias, teve alta e retornou para a escola.

Em 18 de outubro, apresentou os mesmos sintomas. “Desconfiei que estavam dopando meu filho”, diz Keli. Ela fez boletim de ocorrência. O resultado saiu seis meses depois, detectando o medicamento Clonazepam no sangue e na urina da criança.

A prefeitura de Votuporanga abriu sindicância no dia 3 de maio deste ano para apurar o caso e reforçou que os educadores são orientados a dar às crianças só remédios enviados pelos pais, com receita médica.

Prefeitura abriu sindicância para investigar

Em 3 de maio deste ano, a prefeitura de Votuporanga abriu sindicância investigatória. Segundo a portaria no Diário Oficial do Município, a apuração foi necessária por causa da “gravidade das denúncias”.

Ainda de acordo com a pasta, todos os profissionais que atuam na educação sabem que nenhum medicamento deve ser administrado nas escolas, com exceção das crianças com receita médica. Além disso, os pais ou responsáveis devem enviar a medicação junto com a receita, informando horário e dosagem.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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