Ministério da Saúde libera cloroquina no SUS até em casos leves da covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2020 09h54 - Atualizado em 20/05/2020 10h08
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CADU ROLIM/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Hidroxicloroquina A mudança foi antecipada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (19)

O Ministério da Saúde divulgou, na manhã desta quarta-feira (20), o protocolo que libera o uso da cloroquina no Sistema Único de Saúde até para casos leves da covid-19. Até o momento a medicação só era liberada para casos avançados.

A mudança foi antecipada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (19) ao afirmar que o ministro interino Eduardo Pazuello iria assinar o documento que ampliaria as diretrizes nesta manhã.

Apesar do novo protocolo, ainda não há comprovações científicas de que o medicamento é eficaz no combate a doença causada pelo novo coronavírus. Com isso, ainda é mantido a necessidade do paciente autorizar, assinando um documento, o uso do remédio.

Os novos protocolos afirmam que o paciente deve estar ciente dos efeitos colaterais da cloroquina, como por exemplo a “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito”.

Já teriam sido registrados como afeitos colaterais alterações cardíacas e renais em pacientes que fizeram o uso do medicamento.

Além dos estudos internacionais não comprovarem sua eficácia, o Conselho Federal de Medicina liberou o uso da cloroquina apesar de não recomendá-la. A Sociedade Brasileira de Infectologia também não está de acordo com o fármaco contra o novo coronavírus.

Entenda

A adoção do medicamento no combate à doença foi motivo de atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich — que saíram do cargo em abril e maio, respectivamente.

Apesar de incentivar o uso do fármaco em todos os casos, o presidente admitiu que o medicamento pode se mostrar ineficaz no futuro — mas prefere arriscar até que haja resultados conclusivos.

“Quem sabe, né? Pode ser que lá na frente digam que a cloroquina foi um placebo, ou seja, não serviu para nada. Mas, pode ser que daqui a dois anos digam ‘olha, realmente curava’.”

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