‘Não usem esse medicamento fora do hospital’, diz secretário sobre cloroquina

Em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde anunciou o uso da cloroquina em curto prazo para pacientes com coronavírus que estejam internados

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2020 17h37 - Atualizado em 25/03/2020 17h58
Ministério da Saúde O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao lado de secretários durante coletiva de imprensa

Em coletiva de imprensa sobre a atual situação do coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde atualizou o número de mortes e casos confirmados no Brasil e orientou a população a não consumir a cloroquina, medicamento usado para tratamento de malária, fora dos hospitais.

De acordo com o secretário de ciência, tecnologia, e insumos estratégicos da pasta, Denizar Vianna, o medicamento é considerado “muito promissor” para o tratamento do novo coronavírus, mas não deve ser “usado fora dos ambientes hospitalares”.

“Esse medicamento não está indicado para a prevenção da Covid-19 e não está autorizado o seu uso fora dos ambientes hospitalares. Faço um pedido aqui: não usem esse medicamento fora do ambiente de hospital. A cloroquina pode causar arritmia cardíaca no paciente e precisa de acompanhamento”, disse o secretário.

No entanto, devido a experiência e o conhecimento que o Brasil tem sobre o medicamento – usado também no tratamento de malária, lúpus e artrite – o Ministério da Saúde anunciou “um protocolo específico de curto prazo para pacientes internados”. Atualmente, o Brasil tem 57 mortes pelo coronavírus e mais de 2.440 casos.

“Temos mais de experiência com esse medicamento. A hidroxicloroquina é o mesmo medicamento com menos efeito adverso. Sabemos que a cloroquina tem várias ações no ciclo de replicação do vírus e os estudos em humanos ainda estão em curso”, disse.

De acordo com a pasta, a cloroquina será administrada dentro dos hospitais para os pacientes que manifestarem o estado grave do novo coronavírus. Vianna afirma que será uma “alternativa terapêutica” a esses pacientes.

“Buscamos na literatura científica e vimos que ainda há lacunas de conhecimento, mas devido ao nosso conhecimento desse medicamento, vamos oferecer essa alternativa terapêutica por cinco dias nos casos graves da doença. Sintetizando: tratamento de curto prazo, cinco dias e vamos monitorar passo a passo o uso de terapêutica no SUS”. explicou.

Vianna ainda orientar as pessoas que compraram a cloroquina nas farmácias para se prevenir da Covid-19 a devolver o remédio. “Se você não tem malária, lúpus ou artrite, o mais correto a se fazer é devolver esse remédio. Você não deve fazer uso desse medicamento. Isso deve ser feito apenas sob orientação”. alertou.

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