Com altos e baixos, era PT foi um filme de enredo questionável

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2016 12h32
EFE/Fernando Bizerra Jr Dilma e Lula - EFE

Acabou. O governo petista chegou ao fim nesta quarta-feira, 31 de agosto de 2016. 

Dois discursos delimitam os 13 anos e 8 meses em que o Partido dos Trabalhadores esteve a frente do País. Ao todo, foram três mandatos e meio, comandados pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e a agora ex-presidente Dilma Rousseff.

A narrativa começa com a esperança de um mundo novo e termina na vã tentativa de esconder erros, crimes e fracassos. 

Se no primeiro discurso, em 2003, a palavra de ordem de Lula foi “mudança”, no segundo, quando Dilma se dirigiu aos senadores para fazer sua defesa no impeachment, a palavra de ordem foi “golpe. Mas a plateia não se emocionou. 

Entre as duas falas, um mar de mudanças no País.

O roteiro é marcado por dois pontos. Na primeira parte do longa-metragem, um programa social alvo de muitos elogios e uma chuva de críticas. Nas palavras do próprio governo, o tão conhecido Bolsa Família nasceu para enfrentar o maior desafio da sociedade brasileira: combater a fome e a miséria.

Com valor médio de benefício de R$ 72,33 em 2004, o Bolsa ajudou a tirar mais de 30 milhões pessoas da pobreza absoluta. Atualmente, 13 milhões de pessoas, contam com o valor médio de R$ 161,26. Vale ressaltar que, neste ano, o benefício registrou a primeira queda em seu valor em 10 anos. Além disso, para o drama dessa história, a inflação de 2015 bateu na casa dos 10,67%, reduzindo o poder de compra dos brasileiros e produzindo falas como “Não se tem mais carne em casa”, estampadas na imprensa.

A reviravolta do enredo atende pelo nome de Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Entre sítio, triplex, doleiros, construtoras e figurões presos, altos nomes da política nacional se viram envolvidos nos esquema de corrupção. 

O prejuízo da Petrobras, uma das jóias da coroa do estatismo petista, foi de R$ 34 bilhões em 2015.

O clímax do filme vem durante o processo de impeachment, quando Dilma tentou reprisar a primeira cena, em que Lula afirmava que a “mudança” era um claro pedido das urnas. Aos senadores, Dilma evocou seus 54 milhões de votos e o “compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, bem como o de observar as leis”. Faltou, no entanto, a justificativa de como tanta corrupção aconteceu embaixo de seu nariz. Dilma ficou devendo também uma explicação de como a economia poderia ter um respiro em águas tão turvas.

Não adiantou, a projeção acaba, as luzes se acedem, o filme termina.

Os 13 anos do petismo no poder foram um longo filme. Mas um segundo episódio, com o partido de volta ao Planalto, deve demorar muito para entrar em cartaz.

Fim.

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