Com custo recorde e disputa por presidência, Alesp volta aos trabalhos nesta sexta

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2019 08h44
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Reprodução/ALESP Deputados gastam R$250 milhões por ano só com assessores, material de escritório, aluguel e combustível

Os 94 deputados eleitos da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tomam posse nesta sexta (15) com um recorde: ao custo de R$1,3 bilhão, a Casa é a mais cara entre os legislativos estaduais do país.

Com os 32 assessores de cada gabinete, gastos com material de escritório, combustível e aluguel de escritórios políticos nas cidades do interior, os deputados gastam R$250 milhões por ano.

A quantia, no entanto, pode diminuir com a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que declarou a inconstitucionalidade de mais 1,8 mil cargos da Casa. Com isso, os parlamentares terão de diminuir de 32 para 23 o número de servidores por gabinete.

O início da legislatura somente em março é justificado por uma emenda constitucional de 1969. A ideia era igualar os trabalhos da Assembleia aos dos Executivo, que começavam no mesmo mês.

Da grupo que toma posse às 15h, apenas 42 deputados conseguiram permanecer no cargo, fazendo desta a maior renovação da Casa em 24 anos, com 55% de reeleição.

Surfando na onda da candidatura de Jair Bolsonaro à presidência, o PSL emplacou 15 deputados estaduais e lidera a lista das maiores bancadas. O feito é inédito para a agremiação, que não tinha representatividade na Casa antes. Na segunda colocação está o PT, com 10, seguido por PSB e PSDB, ambos com 8 parlamentares cada.

Os partidos protagonizam a briga pela cadeira de presidente, ocupada pelo tucano Cauê Macris desde 2017. No bloco de apoio ao atual mandatário, petistas e pessebistas tentam evitar a vitória de Janaína Paschoal (PSL), recordista da eleição de 2018, com 2 milhões de votos.

Em entrevista ao Jovem Pan Agora na última terça (12), a advogada afirmou não saber até que ponto poderá contar com a pressão popular para mudar o comando da Alesp, há anos nas mãos do PSDB e de aliados. “Há um temor na Casa pela minha candidatura”, disse.

A expectativa, no entanto, é de que Macris mantenha a hegemonia tucana sustentado pelo governador João Doria, do mesmo partido. Segundo aliados, ele teria cerca de 70 votos para garantir a continuidade na presidência.

Novatos

A Alesp também terá ao menos duas grandes novidades entre os eleitos. Com 55.223 votos pelo PSOL, a ativista Erica Malunguinho será a primeira transexual a fazer parte dos quadros da Casa.

Pelo mesmo partido, a jornalista Mônica Seixas representará o primeiro mandato coletivo no legislativo paulista. Integrantes de diferentes tendências políticas dividirão o gabinete, que recebeu quase 150 mil votos. A proposta, segundo os membros, é que todos tenham o mesmo poder de decisão e que as posições sejam decididas em consenso.

Cerimônia de Posse da Assembleia Legislativa de São Paulo

Horário: 15h

Local: Plenário Juscelino Kubistcheck

Aberto ao público

Com Estadão Conteúdo

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