Com empreiteiras sem caixa, grupo espanhol pode assumir obras na linha 6-Laranja do Metrô
As construtoras do consórcio responsável pelas obras da linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo querem vender a parte delas no empreendimento para uma empresa espanhola, diz o governo paulista. A informação foi dada nesta terça-feira (4) pelo secretário estadual dos transportes metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni após um evento público na capital paulista.
O consórcio Move São Paulo é formado pelas empreiteiras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas implicadas na Operação Lava-Jato. A construção do ramal está parada desde setembro porque as empresas dizem ter dificuldade de contratar empréstimos junto ao BNDES.
As construtoras apresentaram no fim de junho uma proposta ao governo de São Paulo para possibilitar a continuidade das obras. O secretário Clodoaldo Pelissioni afirma que o grupo espanhol Cintra Ferrovial deve fazer uma tentativa de compra a parte dos brasileiros nos próximos dias.
“Temos um grupo espanhol, o grupo Cintra Ferrovial, interessado em adquirir a parte das empresas brasileiras que têm problemas para obter o financiamento. Essa é uma oportunidade do consórcio comprar a parte das brasileiras no consórcio Move São Paulo e poder tomar o empréstimo e poder retomar a obra. O que nós esperamos para os próximos dias é que chegue uma proposta formal”, diz Pelissioni.
O secretário afirma ainda que essa seria uma solução para que o contrato não tenha que ser anulado. Clodoaldo Pelissioni diz que esse arranjo seria possível porque, como se trata de uma concessão, as empresas podem simplesmente vender a parte delas.
No entanto, se não houver acordo, uma nova licitação será necessária, o que aumenta ainda mais o atraso na entrega do ramal. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirma que, se não resolver com essa negociação, o contrato terá que ser relicitado. “Ou resolve agora no mês de julho, ou já será iniciado o processo de caducidade para que se possa fazer uma nova licitação.”
O prazo atual de entrega da linha seis-Laranja do Metrô é atualmente para novembro de 2021. O governo afirma que, se a participação da Move São Paulo for vendida, esse panorama poderá ser mantido. A construção e a operação da linha seis-Laranja são bancados 50% pela administração estadual e 50% pelo consórcio.
O ramal deverá ligar a região de Brasilândia, na Zona Norte da capital paulista, até a estação São Joaquim, na região central de São Paulo, em quinze estações. O trecho é conhecido como “linha das universidades”, uma vez que passará por seis instituições de ensino superior pelo caminho.
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