Com onda de ataques, Ceará prende 13 e transfere 257 detentos

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2019 20h57 - Atualizado em 24/09/2019 21h00
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Jarbas Oliveira/Estadão Conteúdo Após 36 ataques em cinco dias, governo do Ceará transfere presos e coloca escolta policial nas ruas da capital

Após cinco dias e 36 ataques a ônibus, carros e caminhões nas ruas, o Ceará prendeu 13 suspeitos e transferiu 257 detentos supostamente ligados à facção criminosa que ordenou o vandalismo. Em Fortaleza, o transporte público circula com frota reduzida e escolta policial por causa da onda de violência. O governador Camilo Santana (PT) já disse que não vai ceder às vontades dos bandidos.

O governo cearense atribui os ataques a uma reação ao enfrentamento ao crime organizado no Estado. Nas redes sociais, o governador Camilo Santana afirmou que “a possibilidade do retorno às regalias nos presídios é zero” e informou que reuniu a cúpula da Segurança Pública para tratar dos atos criminosos.

Conforme o Estado, o contingente policial foi reforçado nos últimos dias, com retorno às atividades de agentes que estavam de férias e a suspensão de cursos para os que tinham aulas.

Além das ações criminosas na capital, houve registro de crimes em cinco municípios: Canindé, Quixadá, Quixeramobim, Paracuru e Jucás. Na madrugada desta terça-feira (24), bandidos incendiaram dois ônibus estacionados em um pátio próximo a um posto de combustíveis em Canindé. Na cidade de Baturité, houve um incêndio em um posto de combustível; e em Ibaretama, um ônibus de uma banda de forró foi destruído pelo fogo. Em Maracanaú, na Grande Fortaleza, por volta das 5 horas da manhã desta terça, os moradores se depararam com um trator em chamas.

Já na capital, bandidos atearam fogo a uma concessionária de carros no bairro Dunas. É a segunda vez que essa mesma concessionária sofre com os ataques deste ano. Uma torre de telefonia móvel, no bairro Messejana, e uma unidade do Juizado Especial, no bairro Vila Velha, também foram atacadas. Três carros da Companhia de Energia Elétrica, Enel, e um carro da Companhia de Água e Esgoto do Ceará, Cagece, foram incendiados.

Nesta terça, quem precisou do transporte público para se locomover se deparou com dificuldades nos terminais e pontos de ônibus. Segundo o Sindiônibus e Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza, como medida de prevenção a novos crimes, 70% da frota irá circular pela capital e região metropolitana, parte deles com escolta policial.

Logo no começo deste ano, o Ceará viveu a maior onda de atentados de sua história. Entre os dias 2 de janeiro e 4 de fevereiro, foram contabilizados 283 ataques em 56 dos 184 municípios do Estado, dos quais 134 aconteceram em Fortaleza. Mais de 400 suspeitos foram presos e três foram mortos. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, chegou a enviar tropas federais para ajudar no patrulhamento no Estado.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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