Com posição enigmática, Renan Calheiros pode ser árbitro do impeachment

  • Por Agência Estado
  • 17/04/2016 09h31
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Brasília - Ao chegar no Senado, o presidente do Senado, Renan Calheiros, fala à imprensa. (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil Renan Calheiros

Quando instado por oposicionistas se iria acelerar o andamento de eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou: “Eu não vou manchar minha biografia”. A mesma frase foi dita na noite de quarta-feira (13) por ele quando convidou à residência oficial senadores do PT e aliados de Dilma para conversar sobre o rito.

Se o pedido for aprovado pela Câmara, Renan será, aos 60 anos, o “árbitro” do impeachment, tendo poderes para ditar o ritmo do processo que opõe os dois principais personagens da crise que nunca lhe inspiraram confiança: Dilma, que demitiu todos os indicados pelo peemedebista do governo e de quem não recebeu uma suposta proteção ante ao avanço da Operação Lava Jato contra ele, e o vice-presidente Michel Temer, desafeto histórico no PMDB e a quem já acusou, reservadamente, de tramar a derrubada da presidente junto com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O peemedebista, que trabalhou contra o avanço do pedido para não aumentar o cacife de Temer e já deu declarações enigmáticas sobre o impeachment, é tido como a principal aposta dos senadores do PT para barrar a instauração do processo contra Dilma.

Eles esperam que Renan atue no “limite do regimento” a fim de dar prazo para que haja uma recomposição da base da presidente no Senado e impeça a aprovação do pedido por maioria simples, o que levará a um automático afastamento de Dilma por 180 dias e a assunção de Temer com plenos poderes para governar.

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