Comandante de militares que atiraram em músico acusa catador de ter disparado antes

Segundo ele, Luciano Macedo, também morto na ação, praticou assaltos naquele dia; declaração diverge do trabalho dos peritos

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2019 20h51
  • BlueSky
Reprodução/Facebook O músico Evaldo dos Santos Rosa foi fuzilado, com 80 tiros, por militares no último domingo (7), no Rio de Janeiro Família disse que o catador tentou ajudar o música Evaldo Rosa dos Santos, cujo carro foi atingido por 257 tiros

O tenente do Exército Ítalo Nunes, que comandava os militares que atiraram 257 vezes em direção ao carro onde estava o músico Evaldo Rosa dos Santos, em abril, acusou o catador Luciano Macedo, também morto na ação, de estar armado e praticando assaltos naquele dia. Segundo ele, o catador teria atirado contra os soldados de sua tropa, que já estava “assustada” devido à ação de traficantes horas antes.

O militar fez a acusação em depoimento à Justiça Militar nesta segunda-feira (16). A declaração do tenente, contudo, diverge do trabalho dos peritos encarregados do caso. Eles não encontraram nenhuma arma no local do crime. Confrontado com esses elementos, Nunes disse que a arma teria sido recolhida por outra pessoa e levada para a favela do Muquiço.

A família de Evaldo Rosa sempre declarou que o catador Luciano Macedo tentou ajudar o músico. Ele teria sido atingido ao tentar ajudar os ocupantes do veículo.

A ação que terminou com dois mortos aconteceu em sete de abril, quando Evaldo dirigia um veículo Siena em Guadalupe, na zona norte do Rio. Ele estava com familiares e voltava de um chá de bebê quando o carro foi atingido por 77 disparos de fuzil — a perícia apontou que 257 tiros foram efetuados. Ao todo, respondem 12 militares que atuaram na ação.

* Com informações do Estadão Conteúdo

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.

AúdioJovem Pan NewsSão Paulo - SP

Programação Ao Vivo