Comissão Especial do Pacto Federativo conclui votação de relatório final
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A Comissão Especial do Pacto Federativo concluiu a votação, nesta quarta-feira (15), do relatório do deputado Andre Moura (PSC-SE). Das 15 sugestões de mudanças legislativas aprovadas pelo colegiado, cinco estão na forma de propostas de emenda à Constituição (PECs), oito em projetos de lei, uma em projeto de lei complementar e uma em projeto de resolução.
O objetivo comum das medidas é alterar a partilha de recursos entre os entes federados: o percentual destinado à União será reduzido para ampliar a distribuição das verbas entre estados, Distrito Federal e municípios.
Todas as proposições serão numeradas pela Mesa Diretora. Os projetos de lei, a critério do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, poderão seguir diretamente para análise do Plenário, pois tiveram seu mérito aprovado por comissão especial. A expectativa é que entrem na pauta já no início de agosto.
Já as PECs, como têm tramitação específica, serão inicialmente analisadas pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, quanto à admissibilidade, e, depois, uma comissão especial específica. Integrantes da comissão do pacto federativo cogitaram reunir em um único texto todas as PECs aprovadas hoje pelo colegiado, a fim de agilizar a tramitação.
IPI
Estava pendente de aprovação na comissão do pacto federativo a PEC que altera a distribuição dos recursos das parcelas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que são repassadas pela União a estados e ao Distrito Federal. O tema chegou a ser discutido na reunião de ontem, mas sem consenso.
O texto original ampliava, de 10% para 12%, a parcela do IPI transferida aos estados e ao DF, e reduzia, de 20% para 15%, o teto que cada estado poderia receber do tributo. Com a redução desse último limite, São Paulo teria um prejuízo anual de R$ 100 milhões, conforme estimou Andre Moura.
Projeto de resolução
Outro ponto aprovado nesta quarta foi o projeto de resolução do deputado Esperidião Amin (PP-SC) que sugere a realização obrigatória de audiências com representantes de estados e municípios afetados por textos em análise na Casa.
Segundo o deputado, propostas que acarretem impacto financeiro ou pressão política merecem discussão com os interessados. “Isso é o elementar para uma convivência harmoniosa, sob pena de criarmos despesas e eles terem de pagar sem serem sequer consultados”, disse Amin.
Confira as propostas que já haviam sido aprovadas ontem pela comissão:
Propostas de emenda à Constituição
– aumenta o repasse ao FPE de 21,5% para 22,5% (0,5% em 2016 e 0,5% em 2017);
– inclui o critério população no rateio da cota-parte de 25% do ICMS para municípios (60% proporcionalmente ao valor agregado; 20 % proporcionalmente à população; e 20% na forma que dispuser a lei estadual);
– prorroga por 15 anos (até 2030) o prazo para aplicação de percentuais mínimos dos recursos para irrigação nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (20% e 50%, respectivamente), com metade para agricultura familiar; e
– torna o Fundeb instrumento permanente de financiamento da educação básica pública. Atualmente, o fundo tem prazo de vigência até 2020.
Projetos de Lei
– zera alíquotas do PIS/Pasep sobre receitas de estados, DF e municípios ou de transferência para esses entes;
– garante complementação da União quando gastos com professores passarem de 60% dos recursos do Fundeb;
– permite, para estados e municípios, uso de parte de depósitos judiciais e administrativos para pagamento de precatórios, parcelas de dívidas e custeio de investimentos em infraestrutura;
– permite a estados e municípios cobrar de operadores de plano de saúde por atendimentos médicos nos serviços públicos de saúde;
– amplia prazo para os municípios acabarem com os lixões;
– aumenta repasse da União para o pagamento de merenda escolar;
– inclui reajuste anual do piso dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, de acordo com o IPCA; e
– estabelece novos valores a serem repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a estados, Distrito Federal e municípios para complementação do custeio do transporte escola.
Projeto de Lei Complementar
– possibilita a antecipação de recursos do FPM, quando se constatar a queda de arrecadação.
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