Comissão na Câmara volta a discutir reforma política; siga ao vivo
A comissão especial para a reforma política volta a se reunir nesta quarta-feira (9) para debater o relatório de Vicente Cândido (PT). Acompanhe AO VIVO abaixo:
Havia sessão para apreciar o relatório marcada para terça (8), mas ela foi suspensa antes mesmo de começar, já que não havia consenso entre os parlamentares.
A reforma política ganha prioridade total no Congresso e deve ser aprovada ainda este mês na Câmara e enviada ao Senado. São três projetos em tramitação. Veja os detalhes na participação de José Maria Trindade:
O Congresso tem até 7 de outubro para mudanças nas regras eleitorais para que elas passem a valer já em 2018.
Dentre os pontos da reforma está a criação de um fundo para financiar as campanhas eleitorais. Serão cerca de R$ 3,6 bilhões para financiar as eleições de 2018 e de R$ 2 bilhões para as eleições seguintes.
O parecer do relator, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), prevê que a partir de 2022, metade dos eleitos virá da lista fechada. A outra metade, do sistema distrital, o majoritário (vence o candidato que levar o maior número de votos no distrito).
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), defende que o sistema eleitoral misto proposto no projeto vai prejudicar os pequenos partidos.
O líder do Democratas na Câmara, o deputado Efraim Filho, diz que os partidos não devem fechar questão sobre o sistema eleitoral. Há um temor por parte dos parlamentos sobre a falta de recursos para o financiamento das campanhas de 2018, caso o texto não seja aprovado.
O Supremo Tribunal Federal proibiu, desde 2015, o financiamento privado nas campanhas eleitorais. Por isso, os parlamentares têm pressa para aprovar o texto.
Destaques
Deputados desistiram de apresentar um voto em separado e vão trabalhar para aprovar emendas e destaques ao relatório do deputado Vicente Cândido.
A principal modificação no texto do petista vai ser aprovar o chamado “distritão” para 2018, sistema onde os candidatos mais votados ao Legislativo são eleitos. A emenda deve ser apresentada pelo PMDB. Pelo sistema atual, o proporcional, as vagas na Câmara são distribuídas com base na votação total dos partidos ou coligações.
A ideia é que o “distritão” seja uma transição para o chamado distrital misto, que seria adotado em 2022. Por esse sistema, metade das cadeiras são preenchidas com os deputados mais votados e a outra metade seria por lista preordenada.
O que é consenso entre os deputados é aprovar a criação de um fundo público para financiamento de campanha, chamado no texto de Vicente Cândido de Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD).
Deputados e senadores divergem, porém, de onde seria tirado o dinheiro para alimentar esse fundo. Essa discussão, no entanto, deve ficar para quinta-feira, dia 10.
Após um jantar realizado nessa terça-feira (8), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que teria muita “dificuldade” em colocar em votação um texto que só trouxesse a criação do fundo e não mudasse o sistema de governo. Ele defende que os R$ 3,6 bilhões venham de recursos já destinados hoje aos parlamentares e partidos.
Os deputados da comissão também vão apresentar emendas para derrubar partes do texto proposto por Vicente Cândido. O petista quer, por exemplo, extinguir a figura do vice, acabar com a existência do suplente de senador e estabelecer um mandato fixo para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paralelamente, a Câmara também deve discutir esta semana a proposta de emenda à Constituição que veio do Senado e aprovou o fim das coligações proporcionais e a criação de cláusulas de barreira para reduzir o número de legendas.
Jovem Pan, com informações complementares de Estadão ConteúdO
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