Prefeitura de SP prepara concessão dos parques da Paulista e Jardim da Luz
A prefeitura de São Paulo planeja conceder à iniciativa privada os parques Trianon e Mário Covas, na Paulista, e o Jardim da Luz
Três parques de áreas turísticas e centrais da cidade de São Paulo formam um novo pacote de concessões preparado pela gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB): Tenente Siqueira Campos (Trianon) e Mário Covas, na Avenida Paulista, e Jardim da Luz, ao lado da Pinacoteca. O novo lote foi apresentado em reuniões com a iniciativa privada nos últimos dez dias, mas ainda não foi divulgado ao público em geral ou à imprensa.
A proposta prevê que os três parques componham um lote único, com uma concessão de 35 anos e concorrência internacional. Segundo material da SP Parcerias, vinculada ao Município, as reuniões têm o objetivo de “levantar dados”, sanar dúvidas e discutir o modelo dos projetos, a fim de “torná-los mais robustos e atraentes”.
Em 2017, a gestão municipal pretendia que os pacotes de concessão misturassem regiões e públicos distintos, com áreas nobres e periferia. Em dois anos, contudo, apenas o lote do Ibirapuera e de outros cinco parques teve andamento, com a proposta vencedora (da Construcap) aguardando a conclusão do Plano Diretor – a Prefeitura realizou anteontem um fórum temático e ainda haverá duas audiências públicas. A licitação do Parque Chácara do Jockey não atraiu interessados.
No material do novo lote, duas das características destacadas são o “grande fluxo de pessoas” e a proximidade de espaços icônicos da cidade, como a Pinacoteca, a Estação da Luz, o Masp e o Conjunto Nacional. O Trianon e o Jardim da Luz somados têm mais de 1 milhão de visitantes anualmente, de acordo com balanço divulgado pelo Município em meados de 2017.
Dentre as alternativas de receita estão visitas guiadas, eventos, publicidade e estacionamento (nenhum dos três parques tem hoje). O material também destaca a “área bruta locável em região valorizada” do Trianon, que reúne remanescentes da Mata Atlântica. Essa possibilidade preocupou integrantes do Conselho Gestor do parque ouvidos pela reportagem, que defendem a permissão apenas de eventos de pequeno porte, de até 50 pessoas
Dentre as obrigações da concessionária estão vigilância, limpeza, manejo e preservação, além da execução das obras do “programa de intervenção”. Em 2017, a gestão João Doria (PSDB) previa que o Trianon e o Jardim da Luz precisavam de obras de acessibilidade, reforma e restauro, com custo de R$ 1,1 milhão cada. Um material dos dois parques elaborado pela Prefeitura em 2017 aponta que existe demanda para lanchonetes, quiosques, feiras gastronômicas e carrinhos de comida. No caso do primeiro, também é destacada a necessidade de “pequenos reparos” nos bancos, portarias e estações de ginástica e playground, enquanto o da Luz precisaria de sanitários e vestiários.
*Com Estadão Conteúdo
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