Confira o que se sabe sobre o roubo milionário no Aeroporto de Guarulhos

Os suspeitos seguem desaparecidos; oito pessoas foram feitas reféns

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2019 16h50 - Atualizado em 27/07/2019 17h10
Reprodução Material, avaliado em R$ 113 milhões, embarcaria para Canadá e Estados Unidos

Um roubo no terminal do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ocorrido nesta quinta-feira (25), chamou a atenção pela técnica utilizada pelos criminosos e pela grande quantidade de material roubado: foi quase uma tonelada de metais preciosos, avaliados em aproximadamente R$ 113 milhões.

Devido às características do crime, muitas pessoas compararam com a série da Netflix “La Casa de Papel”, em que um grupo de nove ladrões, liderados por um professor, prepara o “roubo do século” na Casa da Moeda da Espanha.

Os suspeitos seguem desaparecidos, e o caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Confira o que se sabe até agora sobre o roubo milionário:

O que foi?

  • Um grupo de dez criminosos invadiu o terminal de cargas do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo;
  • Foram roubados mais de 700 quilos de metais preciosos, avaliados em aproximadamente R$ 113 milhões.

Quem eram os reféns?

  • O encarregado de despacho da Gru Airport, concessionária que administra o aeroporto, e sua mulher foram rendidos na manhã de quarta-feira (24);
  • O funcionário foi fechado no trânsito enquanto levava a esposa ao trabalho, na região da Avenida Jacu-Pêssego, zona leste paulistana;
  • A ação foi feita por um veículo caracterizado de ambulância, de onde desceu um criminoso que rendeu o supervisor e obrigou a mulher a entrar no veículo usado pelos criminosos;
  • O ladrão explicou que a esposa permaneceria como refém e ele seria obrigado a auxiliar o grupo no roubo;
  • No final daquela tarde, o funcionário teve um novo encontro com os criminosos, quando foi levado à própria casa e teve toda a família feita de refém: a sogra, o cunhado, a cunhada, os dois filhos e uma criança da vizinhança.
  • Os reféns foram liberados por volta das 15h de quinta-feira (25), uma hora e meia após a conclusão do roubo. Ninguém se feriu.

Quem são os criminosos?

  • A polícia acredita que ao menos dez criminosos participaram da ação;
  • Os ladrões estiveram todo o tempo com o rosto coberto e tentaram apagar as digitais dos carros usados no crime;
  • Cinco veículos usados pela quadrilha já foram localizados pela polícia;
  • Nenhum suspeito do caso foi identificado até o momento, e ninguém foi preso.

Como foi feita a ação?

  • Por volta das 14h de quinta, os assaltantes entraram no aeroporto em dois veículos clonados da Polícia Federal;
  • Em um vídeo divulgado, é possível ver o momento em que chegaram ao terminal de cargas com uma das viaturas e armas de grosso calibre;
  • Eles renderam os funcionários e usaram uma empilhadeira para colocar a carga na caminhonete;
  • Depois, os bandidos fugiram e abandonaram as viaturas no Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo;
  • Após a ação no aeroporto, o grupo foi até um estacionamento em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde transferiu o ouro para outros dois carros encontrados pela polícia;
  • Por fim, os ladrões entraram em uma S-10 e em uma ambulância com a carga roubada.

Quanto foi roubado?

  • Foi roubada uma carga com mais de 700 quilos de metais preciosos, entre eles ouro, em 31 malotes;
  • O material, avaliado em R$ 113 milhões, foi transportado pela empresa Brink’s em três carros-fortes até o aeroporto às 8h de quinta (25);
  • Do total, 24 malotes, com 565,5 kg, seriam levados para Nova York, nos Estados Unidos, e outros 7 malotes, com 153,4 kg, seriam levados para Toronto, no Canadá;
  • Segundo o delegado do caso, João Carlos Hueb, o ouro provavelmente atraiu a atenção dos bandidos pela facilidade de comercialização. “Eles conseguem derreter esse ouro e tirar a procedência ilícita e transformar mais uma vez”, disse.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou que a imprudência da empresa responsável facilitou a ação dos bandidos. Segundo ele, a Brink’s deveria ter acionado uma escolta policial. “Eu não faço juízo nem sou especialista em segurança pública, mas para uma empresa de transporte de valores transportar 750 kg de ouro, além de outros bens, sem o acompanhamento de polícia, ao meu ver, foi uma imprudência”, declarou.

A consultoria de gestão de risco, que garante o pagamento de seguros feito por transportadoras de valores, roubo no terminal do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ocorrido nesta quinta-feira (25) que levem à apreensão do ouro roubado e à autoria do crime investigado

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