Congresso deve aperfeiçoar lei anticorrupção, diz ministro

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 05/08/2015 17h19
José Cruz/Agência Brasil Entrevista coletiva com o ministro da Casa Civil

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, defendeu a recuperação de empresas investigadas na Operação Lava Jato a fim de impulsionar o crescimento do setor petrolífero e da indústria naval brasileira. O Congresso, na avaliação do ministro, deve se debruçar sobre a Lei Anticorrupção a fim de aperfeiçoá-la para permitir essa recuperação.

“O Congresso podia se debruçar sobre essa legislação e aprimorá-la, porque se trata de crédito. Como é que o banco público vai financiar uma empresa cuja idoneidade está em questão? O Congresso tem de se debruçar sobre uma legislação que é nova, mas que não está definida”, defendeu o ministro em audiência pública na Comissão de Minas e Energia, sobre os impactos da crise econômica na indústria naval.

“Precisamos ter uma porta de saída para recuperar as empresas. Que elas indenizem a Petrobras e os gestores sejam punidos, mas que a gente preserve empresas que estão na indústria da construção civil, da construção pesada e, no caso, da indústria da construção naval”, disse também.

Aloizio Mercadante reafirmou ainda que a crise vivida pelo setor decorre também da queda do preço do petróleo. “O capitalismo se desenvolve em ciclos, e o petróleo é um produto estratégico. Ele varia de preço, mas vai continuar sendo uma commodity estratégica.”

Em razão disso, na visão do ministro, o Brasil deve continuar impulsionando sua indústria petrolífera, com reflexos na indústria naval. “Não podemos só exportar petróleo, mas valor agregado. Estamos nos especializando no setor de navio, de gás e petróleo. O esforço deve ser o de substituir importações. As dificuldades têm de ser superadas”, disse o ministro.

Os deputados petistas Carlos Zarattini (SP) e Sibá Machato (AC), líder do partido na Câmara, apoiaram o ministro Mercadante. “A vinculação da indústria naval à exploração do petróleo é fundamental. Para isso é importante manter alguns marcos da exploração do pré-sal à política de conteúdo nacional”, afirmou Zarattini. 

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