Congresso prorroga prazo de MP que isenta agentes públicos de punição por pandemia

Também teve a vigência prorrogada a MP 965/2020, que libera R$ 408,8 milhões para o Ministério da Justiça e Segurança

  • Por Jovem Pan
  • 13/07/2020 11h39
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Jefferson Rudy/Agência Senado davi alcolumbre A decisão foi do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP)

O presidente da Mesa do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), prorrogou por 60 dias a vigência da medida provisória que relativiza a responsabilidade do agente público durante a pandemia do coronavírus. A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (13). Além da MP 966/2020, também teve a vigência prorrogada pelo mesmo período a MP 965/2020, que libera R$ 408,8 milhões para o Ministério da Justiça e Segurança Pública atuar no enfrentamento da situação de emergência.

A MP 966/2020 prevê que o profissional público só poderá ser responsabilizado, nas esferas civil e administrativa, se houver dolo ou erro grosseiro, praticado com culpa grave, “com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia”.  Publicada em 14 de maio, a medida causou reação imediata de senadores. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a bancada do Cidadania chegaram a entrar com requerimento, no mesmo dia, para que o Congresso devolvesse o texto ao governo. A Rede também acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a MP, por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), com pedido de decisão cautelar.

Em 20 de maio, então, o STF decidiu impor limites à Medida Provisória 966. Em seu relatório, o ministro Luís Roberto Barroso assinalou a legalidade da MP, mas apontou que atos sem respaldo científico assinados durante a pandemia poderão ser enquadrados como “erro grosseiro” e não poderão ser anistiados.  Para os senadores que contestaram a medida, a MP 966/2020 é inconstitucional e carece dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância necessários para os temas debatidos durante a decretação de calamidade em saúde pública pela pandemia de coronavírus. Com o novo prazo de vigência, os parlamentares terão mais tempo para discutir a matéria.

*Com Agência Senado

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