‘Conquista nacional’: Queiroga diz que Fiocruz produzirá insumo brasileiro para vacinas a partir de agosto

Atualmente, elemento é importado da China; ministro da Saúde também afirmou que o governo trabalha para ‘cumprir a meta de um milhão de vacinados por dia’

  • Por Jovem Pan
  • 09/04/2021 15h52 - Atualizado em 09/04/2021 17h14
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JOSÉ MARCOS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Enfermeira colocando dose da vacina da AstraZeneca/Oxford na seringa Autoridades confirmaram a entrega de 100,4 milhões de doses da AstraZeneca até julho

Em visita à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta sexta-feira, 9, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga percorreu as instalações destinadas à produção da vacina Oxford/AstraZeneca e anunciou, em coletiva de imprensa, que a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) está caminhando de forma acelerada. “Há cerca de um ano, a Fiocruz e o Ministério da Saúde firmaram uma parceria muito forte para desenvolver vacinas contra a Covid-19 em nosso país. Agora, este sonho é uma realidade porque já distribuímos imunizantes produzidos pela Fiocruz e este ritmo só tende a aumentar. No início da gestão, nos comprometemos a aplicar um milhão de doses por dia, mas podemos avançar ainda mais neste número. Para isso, é necessário uma quantidade maior de vacinas e há uma carência delas no mercado internacional. Hoje eu vi aqui a produção do IFA nacional. Acredito que no mês de agosto já tenhamos IFA produzido na Fiocruz. Isso representa uma conquista excepcional, a autonomia do Brasil, porque dispensa a necessidade de importação desse insumo para que a Fiocruz produza vacinas”, disse o ministro. O chamado IFA é o componente central das vacinas, o insumo que confere a atividade farmacológica aos imunizantes. Atualmente, o Brasil importa a matéria-prima da China.

No entanto, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, reiterou que a população só deve ter acesso à vacina com a matéria-prima brasileira em setembro. “Estamos caminhando no cronograma com bastante firmeza para completarmos a produção do IFA nacional. Até que as doses com os insumos brasileiros cheguem à população, é necessário todo um processo de validação realizado pela Anvisa. Portanto, as vacinas com IFA nacional devem ser aplicadas a partir de setembro.” Ela ponderou que a produção do IFA nacional deve iniciar em maio, mas devido ao processo de controle de qualidade, só será distribuído à população meses depois. “Neste momento de tamanha gravidade, nós enxergamos a vacinação como a solução efetiva para a saúde pública. Apesar disso, não podemos descuidar do que já estamos fazendo, como apostar no uso da máscara, no isolamento físico, na testagem e no Sistema Único de Saúde. Que este tempo de pandemia seja um aprendizado para reconhecermos a importância da ciência e da tecnologia”, continuou a titular da Fiocruz.

Durante a coletiva, as autoridades confirmaram que a Fiocruz entregará 18,4 milhões de imunizantes em abril e, a partir de maio, contribuirá com 20 milhões de vacinas mensais – “Arcando com o nosso compromisso de 100,4 milhões de doses entregues ao ministério da Saúde até julho”, disse Nísia Trindade. Por sua vez, Marcelo Queiroga enfatizou que o cronograma nacional com as datas de entrega das vacinas continua disponível para toda a sociedade no site oficial da pasta. “Todos nós queremos uma vacinação eficiente e rápida, mas não é algo simples. Muitos países estão enfrentando dificuldades. O ministério está muito empenhado para alcançar a solução o mais rápido possível. Por enquanto, trabalharemos forte para manter a meta de um milhão de brasileiros vacinados por dia”, concluiu o titular da Saúde.

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