Conselho do MP julga Dallagnol por PowerPoint contra Lula na próxima terça-feira

A coletiva de imprensa aconteceu em setembro de 2016; a defesa do petista alega que os procuradores ‘extrapolaram suas atribuições’

  • Por Jovem Pan
  • 02/07/2020 16h28 - Atualizado em 02/07/2020 16h30
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EFE/Geraldo Bubniak EFE/Geraldo Bubniak Deltan Dallagnol oferece denúncia contra Lula em Curitiba, em setembro de 2016

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai julgar, na próxima terça-feira (7) a representação do ex-presidente Lula contra o procurador Deltan Dallagnol e outros membros da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba por abuso de poder em entrevista coletiva concedida em setembro de 2016.

Na ocasião, Deltan usou uma apresentação em PowerPoint para destacar imagens e gráficos que apontavam Lula como o centro de uma organização criminosa que promoveu desvios de recursos públicos na Petrobras. O advogado Cristiano Zanin, que representa o petista, argumenta que os procuradores “extrapolaram suas atribuições” uma vez que a acusação não faria parte da denúncia do triplex, objeto da coletiva. Na representação, a defesa de Lula diz ainda que o objetivo da apresentação foi “promover julgamento midiático” do ex-presidente.

A denúncia de organização criminosa contra Lula foi apresentada posteriormente pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, à Justiça Federal. O ex-presidente foi absolvido no final do ano passado pela 12ª Vara Federal de Brasília no caso que ficou conhecido como ‘quadrilhão do PT’.

O CNMP, que fiscaliza a atuação de procuradores e promotores, é presidido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. O momento é adverso para a força-tarefa, que está em conflito público com a PGR desde que acionou a corregedoria do Ministério Público Federal contra a subprocuradora Lindôra Araújo, nome de confiança de Aras, depois que ela esteve em Curitiba para acessar o “banco de dados” das investigações do escândalo Petrobras, que originou a Operação Lava Jato, em 2014.

A viagem da subprocuradora foi feita após Aras despachar ofícios aos procuradores cobrando informações sigilosas da operação, como mídias obtidas em quebras de sigilo e relatórios financeiros.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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