Conselho Nacional do MP abre sindicância para investigar conversas entre Moro e Dallagnol

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2019 19h53
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Deltan Dallagnol O corregedor do CNMP ordenou que Dallagnol seja notificado para apresentar a versão dos procuradores sobre os fatos

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu abrir, nesta segunda-feira (10), uma sindicância para investigar a troca de mensagens entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da República e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. O órgão é responsável pela fiscalização disciplinar dos membros do MP.

Mais cedo, o conselho havia divulgado em nota que pretendia pedir a investigação, o que se confirmou nesta noite.

“A ampla repercussão nacional demanda atuação da Corregedoria Nacional. A imagem social do Ministério Público deve ser resguardada e a sociedade deve ter a plena convicção de que os membros do Ministério Público se pautam pela plena legalidade, mantendo a imparcialidade e relações impessoais com os demais Poderes constituídos”, escreveu o corregedor Orlando Rocha del Moreira na decisão.

Ele acrescentou que “sem adiantar qualquer juízo de valor assevera eventual desvio na conduta de membros do Ministério Público Federal [MPF], o que, em tese, pode caracterizar falta funcional”.

O corregedor ordenou que Dallagnol seja notificado para apresentar a versão dos procuradores sobre os fatos. O site de notícias ‘The Intercept Brasil’ publicou na noite deste domingo (9) uma série de reportagens denominadas ‘As mensagens secretas da Lava Jato’, em que vaza conteúdos de aplicativos de mensagens privadas entre integrantes da força-tarefa da Lava Jato.

Associação dos Juízes Federais do Brasil

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) defendeu o esclarecimento do vazamento e do conteúdo das mensagens que o ex-juiz federal, Sergio Moro, e membros da força-tarefa da Lava Jato teriam trocado enquanto Moro era o responsável por julgar os processo da operação em Curitiba.

“As informações divulgadas pelo site precisam ser esclarecidas com maior profundidade, razão pela qual a Ajufe aguarda serenamente que o conteúdo do que foi noticiado e os vazamentos que lhe deram origem sejam devida e rigorosamente apurados”, pontuou a entidade que representa os magistrados federais em nota nesta segunda-feira.

Para a associação, a menção à entidade exige que sua atuação institucional seja explicada à opinião pública. “A Ajufe atua constantemente na defesa de juízes federais responsáveis por julgamentos importantes em todo o Brasil, incluindo o então juiz federal responsável pela Operação Lava Jato”, destaca a associação, acrescentando que, desde 2016, já divulgou 47 notas públicas em defesa de magistrados. “Das quais apenas oito tratam da Operação Lava Jato ou do atual ministro da Justiça, Sergio Moro.”

* Com informações da Agência Brasil

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