Coordenador da Lava Jato diz que ‘não há como concordar com decisão’ de Fux sobre Caso Queiroz

O coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, criticou nesta quinta-feira (17) a suspensão de procedimento investigatório sobre movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
A decisão foi tomada pelo ministro Luiz Fux, que responde interinamente pela presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) – o titular, Dias Toffoli, está em férias. As apurações eram até então conduzidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Com todo o respeito ao ministro Fux, não há como concordar com a decisão, que contraria o precedente do próprio STF. Tratando-se de fato prévio ao mandato, não há foro privilegiado perante o STF”, escreveu o procurador federal no Twitter.
Agora, a decisão sobre quem vai comandar as investigações ficará para fevereiro, sob relatória do ministro Marco Aurélio Mello. “É de se esperar que o ministro Marco Aurélio reverta a liminar”, completou Dallagnol na publicação.
Entenda
Advogados de Flávio Bolsonaro recorreram ao Supremo alegando que ele teria direito a foro privilegiado na Corte, por ter sido eleito senador em outubro passado. Antes, ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Entretanto, a investigação na verdade envolve o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, que teve transações atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ainda no ano passado.
Críticas
Partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro, pai de Flávio, já criticaram a decisão do STF. O deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP), chegou a declarar que “o pedido cheira muito mal“.
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