Por Covid-19, Ministério da Saúde autoriza sepultamentos sem atestado de óbito

  • Por Jovem Pan
  • 01/04/2020 16h29 - Atualizado em 01/04/2020 16h32
Everaldo Silva/Estadão Conteúdo Homem reza de máscara em igreja Covid-19: Homem reza de máscara em igreja

Uma portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou o sepultamento e a cremação de corpos antes mesmo da emissão das certidões de óbito por conta da pandemia do novo coronavírus.

As novas determinações, publicadas na última terça-feira (31), também obrigam que os registros de óbito mencionem a possibilidade de acometimento pela Covid-19 em casos de morte por doença respiratória suspeita.

A antecipação dos sepultamentos está liberada para casos em que há “ausência de familiares ou pessoas conhecidas da vítima ou em razão de exigência de saúde pública”.

Corpos de pessoas que foram contaminadas pelo vírus podem representar riscos a profissionais que precisam manuseá-los para procedimentos fúnebres. Esse risco tem mudado rotinas e procedimentos de funerárias e de cemitérios.

Cuidados extras estão sendo exigidos de profissionais do ramo. Assim como para médicos e enfermeiros, equipamentos de segurança, como máscaras e luvas, também são necessários para esses trabalhadores. Por isso, a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário formalizou pedido ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que seja constituída uma reserva técnica desses materiais para que as funerárias não fiquem desprotegidas.

“Nosso setor encontra dificuldades para encontrar suprimentos. Não posso colocar meu pessoal em risco”, afirmou Lourival Panhozzi, presidente da entidade.

O desabastecimento e a infecção de funcionários são as duas maiores preocupações do segmento. “Uma coisa precisa ficar clara: não nos beneficiamos dessa situação. Não queremos trabalhar mais. Estamos no grupo de risco, temos família. Pessoas erroneamente acham que vamos nos beneficiar disso. Estamos tão prejudicados e preocupados quanto qualquer segmento”, destacou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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