Coronel Lima pedia dinheiro para Temer, diz sócio do Grupo Libra

  • Por Jovem Pan
  • 19/04/2018 09h50 - Atualizado em 19/04/2018 10h34
Montagem/Reprodução e EFE Coronel João Baptista Lima Filho é apontado como um dos operadores de propina do presidente Michel Temer (MDB)

O sócio do grupo Libra, Gonçalo Torrealba, disse à Polícia Federal (PF) que o coronel aposentado João Baptista Lima Filho arrecadava dinheiro em nome de Michel Temer (MDB), desmentindo o que disse o atual presidente da República à própria PF.

Torrealba disse aos investigadores que o coronel Lima esteve pessoalmente na sede do grupo Libra para solicitar o repasse de recursos financeiros a uma campanha eleitoral de Temer há mais de 15 anos, quando o emedebista tentava ser deputado federal.

O depoimento do empresário, que ainda está em sigilo, foi dado após Operação Skala, que prendeu nos dias 2 e 3 de abril amigos de Temer como Lima e o advogados José Yunes, ambos apontados como operadores de propina do presidente no setor portuário. O conteúdo da fala, divulgado pelo Jornal O Globo nesta quinta-feira (19) corrobora a delação da J&F, que apontava o coronel Lima como arrecadador de propina de Michel Temer.

Em janeiro, Temer respondeu 50 perguntas à PF e disse: “o Sr. João Baptista me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos (…) Conheço o Sr. João Baptista Lima Filho desde a época de minha primeira gestão como Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, em 1984, oportunidade em que o Sr. João Baptista foi meu assessor militar”.

Torrealba também afirmou à PF que na época recusou fazer a doação para Temer, já que fazia apenas repasses para partidos políticos. Mas o empresário disse ter feito vários contatos com o coronel Lima e que chegou a solicitar que o amigo de Temer marcasse uma reunião, em 2015, com o então ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, emedebista também próximo ao atual presidente.

À Polícia Federal, Edinho Araújo confirmou ter recebido Torrealba, mas disse não recordar encontros com o Coronel Lima. Em 2015, o grupo Libra conseguiu prorrogar a duração de seus contratos até 2015, mesmo com dívida de R$ 2,8 bilhões.

O Jornal O Globo informa ainda que a família Torrealba doou R$ 1 milhão para o PMDB nacional em 2014 e, R$ 500 mil em 2010 e R$ 75 mil em 2006.

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