Corpo de Ágatha, de 8 anos, é enterrado em Inhaúma, no Rio
O corpo de Ágatha Félix, de 8 anos, morta com um tiro nas costas enquanto estava dentro de uma kombi, no Complexo do Alemão, na última sexta-feira (20), foi enterrado no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio. “Ela está no céu, que é o lugar que ela merece”, disse o avô da menina, ao lado de outros parentes, todos inconsoláveis.
O velório que começou às 12h deste domingo foi marcado por forte emoção e indignação dos presentes. Na sexta, Ágatha, que estava com o avô, foi levada às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu ao ferimento.
De acordo com relatos de moradores pelas redes sociais, o tiro teria sido disparado por militares da UPP, que atiraram contra ocupantes de uma motocicleta em fuga.
Comandado por Wilson Witzel, o governo do Rio informou que Polícia Militar do Estado “abriu um procedimento para apurar a ação dos policiais no Complexo do Alemão”. Ao longo do sábado, moradores do Alemão e de outras favelas protestaram nas ruas.
Na tarde deste domingo, moradores do Complexo do Alemão realizaram um novo protesto contra a morte da menina e a violência adotada em operações policias nas favelas da cidade. Centenas de pessoas carregavam faixas e balões amarelos, em referência a uma foto de Ágatha que passou a circular nas redes sociais. A concentração de manifestantes foi marcada para 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o velório da menina.
“Eu tenho uma filha de oito anos, ela fica desesperada quando tem operação na comunidade. É muito tiro, parece que o tiro é dentro de casa”, disse Marcos Henrique Nascimento Lopes, de 39 anos, líder de um grupo de mototaxistas que participaram do protesto.
“Somos moradores, não temos culpa dessa política de segurança pública que não funciona na comunidade. Reconhecer o erro não é vergonha, vergonha é insistir no erro”, completou. Também pai de uma menina de oito anos de idade, o ator Fábio Assunção participou da manifestação.
De acordo com o governo, as armas dos policiais militares que estavam em patrulhamento na noite desta sexta na Fazendinha, no Complexo do Alemão, no momento em que a menina Ágatha Félix, de 8 anos, foi atingida nas costas por um tiro de fuzil, serão enviadas para a perícia pela Polícia Civil.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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