Corredores do Senado: confira falas de parlamentares no dia da votação
O plenário do Senado decide, nesta quarta-feira (11), pela aprovação ou rejeição do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresentado na conclusão dos trabalhos da comissão especial do impeachment na Casa. O parecer é favorável à admissibilidade do processo de impedimento da presidente Dilma.
A sessão atrasou uma hora e teve início às 10h desta quarta. Para que o relatório seja aprovado basta maioria simples dos senadores presentes – metade mais um. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), votará apenas em caso de empate.
Nos corredores do Senado, os parlamentares conversaram com os repórteres da Jovem Pan em Brasília e expuseram suas opiniões sobre a data histórica da política brasileira, que pode afastar a presidente Dilma do cargo por até 180 dias.
Caso o processo de impeachment seja aceito em plenário, o Senado Federal brasileiro terá cinco meses para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff. As sessões de julgamento serão presididas excepcionalmente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
O julgamento final virá novamente dos votos dos senadores. Se dois terços dos parlamentares (54 senadores) entenderem que Dilma é culpada por crime de responsabilidade, a petista é afastada definitivamente da Presidência e Michel Temer conclui seu mandato até 31 de dezembro de 2018. Se absolvida, Dilma Rousseff retoma a cadeira presidencial imediatamente.
Assista à transmissão ao vivo da Jovem Pan:
Confira abaixo os depoimentos dos senadores concedidos aos repórteres Arthur Scotti, José Maria Trindade, Luciana Verdolin, Marcelo Mattos e Tiago Muniz:
Romero Jucá (PMDB-RR)
“Estamos aguardando que todos possam se manifestar (…) Não há ministério [do Governo Temer] enquanto não houver decisão no Senado”.
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
“A sociedade aguarda um resultado para ter uma previsão de iniciarmos um novo Governo diante desse quadro”.
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
“Todos querem falar e é normal que queiram mesmo [sobre discursos dos colegas parlamentares]. O Supremo confirmou a legitimidade do processo de impeachment em curso”.
Beto Mansur (PRB-SP)
“Acredito que até essa madrugada as discussões se encerram. Vai haver votação e, no início da manhã de amanhã, a presidente Dilma Rousseff será notificada no Palácio do Planalto”.
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
“Não vejo nenhuma possibilidade da sessão ser adiada para amanhã. A sociedade brasileira aguarda um resultado para ter a previsão de iniciarmos um novo Governo diante desse quadro”.
Simone Tebet (PMDB-MS)
“Eu só lamento que ela [Dilma], que foi a primeira mulher, tenha perdido essa oportunidade de mostrar o quanto somos capazes”.
Lindbergh Farias (PT-RJ)
“Não há crime de responsabilidade, isso é um escândalo que está acontecendo por questões políticas e no presidencialismo não pode. (…) Temer teria um governo fraco. Isso é uma batalha, mas no final da guerra teremos um julgamento final”.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
“Chegará a mais votos no plenário de 56 a 57 votos, o governo não passa de 21. Vamos trabalhar para que em 180 dias esteja concluído e vamos virar essa página”.
Ana Amélia (PP-RS)
“Temer vai pegar um rombo de R$ 150 bilhões (…) Ele herda um caos. Terá de ter habilidade enorme”.
Romário (PSB-RJ)
“Existem indícios de que ela realmente cometeu crime de responsabilidade fiscal, por isso está sendo julgada”.
Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
“Uma das minhas razões de ruptura com o PT, foi seus ali aliadas, mas o governo Temer é muito piro, por isso meu voto não vai chancelar esse governo”.
José Medeiros (PSD-RN)
“Uma chicana completa. Querem deixar para amanhã, anular o processo, a mesma coisa que fizeram lá (na Câmara) usando a fraqueza mental do Maranhão, querem fazer aqui”.
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
“O que estamos levantando tem pertinência. É pertinente para recorrer ao STF sobre as irregularidades que estão sendo apresentadas aqui”.
Lasier Martins (PDT–RS)
“É muito pessoal, não estou dando a importância que muitos têm dado. Se adiante, o PDT quiser me expulsar, paciência, eu irei e defender no dia 30. Espero que reconheçam o que está no artigo 35 da lei de impeachment, que quando o processo cai no Senado, os senadores passam a desempenhar o papel de juízes, julgadores, e isso está acima de interesses partidários”.
Álvaro Dias (PV-PR)
“Creio que não há hipótese de adiamento. Há uma expectativa no País e temos que satisfazer essa expectativa com uma resposta ainda hoje, até porque todos consideram fato consumado que haverá sim o acolhimento”.
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