Costa: aliados de Dilma vão apresentar 11 questões de ordem para suspender sessão

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/08/2016 16h56
Brasília - Senador Humberto Costa, indicado líder do governo no Senado em substituição a Delcídio do Amaral, fala na tribuna durante sessão plenária (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Senador Humberto Costa (Agência Brasil)

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta segunda-feira, 8, que os aliados da presidente afastada, Dilma Rousseff, vão apresentar 11 questões de ordem para tentar suspender a sessão da Casa desta terça-feira, 9, que votará a pronúncia da petista. Eles também devem pedir ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a anulação do processo de impeachment de Dilma.

O argumento principal é que não se pode afastar definitivamente Dilma após a divulgação pela revista Veja de que o empresário Marcelo Bahia Odebrecht declarou, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, ter repassado R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB, a pedido do presidente em exercício, Michel Temer.

O líder petista defendeu que ao menos se suspenda a sessão de pronúncia, na qual os senadores vão decidir, por maioria simples, se o processo contra Dilma está pronto para ir a julgamento.

“É um contrassenso nós termos uma presidente julgada que poderá perder o seu mandato por ter editado três decretos de suplementação orçamentária e ter praticado o que eles chamam de pedaladas fiscais, enquanto o interino é acusado de propinas e caixa dois em valores tão elevados”, afirmou Costa.

O líder do PT disse que, nas questões de ordem, também vai se pedir mais prazo para que peritos do Senado se pronunciem sobre, por exemplo, a não existência das pedaladas fiscais. Ele afirmou esperar que Ricardo Lewandowski – que vai presidir a sessão de pronúncia – acolha os pedidos que serão apresentados pelos aliados de Dilma.

Ainda assim, Costa reconheceu que a presidente afastada não tem votos suficientes para impedir a aprovação da sentença de pronúncia, mas disse acreditar ainda na reversão do resultado no julgamento final – quando serão necessários os votos de ao menos 54 dos 81 senadores. Pelas contas dele, são necessários apenas cinco votos para conquistar os 28 favoráveis à Dilma, o que impediria a condenação dela.

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