Covid-19: TCU e tribunais estaduais devem fazer balanço próprio de mortes

  • Por Jovem Pan
  • 06/06/2020 13h28
Leandro Ferreira/Estadão Conteúdo Medida seria para garantir a “total transparência e publicidade dos dados”

O Tribunal de Contas da União (TCU) poderá assumir a responsabilidade de fazer a consolidação de dados diários de mortos e casos de contaminação pela Covid-19, como forma de garantir a “total transparência e publicidade dos dados”. O trabalho deve ser feito em parceria com os tribunais de contas estaduais (TCEs).

O assunto já foi discutido pelo ministro do TCU Bruno Dantas e o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Fábio Nogueira. A ideia é que os tribunais estaduais atuem junto às secretarias de saúde de cada estado, para recolher as informações diárias sobre a evolução da doença no País, até as 18h de cada dia. A partir daí, esses dados seriam enviados ao TCU, para consolidação e divulgação das informações.

A obrigação de fazer essa divulgação é do poder Executivo, ou seja, do Ministério da Saúde. Desde sexta (5), porém, o governo do presidente Jair Bolsonaro retirou do ar o site que fazia a divulgação de uma série de informações sobre a evolução diária da doença e sinalizou que vai “recontar” as mortes, que já ultrapassam 35 mil, porque teria encontrado dados inconsistentes repassados por estados, “interessados em obter mais ajuda federal”.

“O estado tem uma obrigação com a sociedade de prestar informações verdadeiras em tempo hábil para que medidas e decisões sanitárias, sejam tomadas levando em consideração o quadro real do País”, disse Bruno Dantas. “Os tribunais dos Estados podem fazer essas solicitações às secretarias estaduais. É uma ação cooperativa. O ideal era que o governo superasse os problemas que têm, já que a publicidade das informações é um dos cinco princípios da Constituição. Se o Ministério da Saúde divulgasse diariamente como vinha fazendo, não seria preciso. Mas, no momento em que as estatísticas desaparecem, as pessoas têm de ter acesso às informações.”

Fábio Nogueira, presidente da Atricon, completou argumentando que não se trata de assumir o papel do governo, mas de garantir a prestação de um serviço fundamental à sociedade.

*Com Estadão Conteúdo

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