CPI da Petrobras ouve advogado-geral da União e ministro da CGU sobre acordos de leniência
Começou na manhã desta quinta-feira (16) a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que vai ouvir o advogado-geral da União (AGU), Luiz Inácio Adams; e o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Valdir Simão.
Adams e Simão foram convocados para falar dos acordos de leniência feitos com empresas acusadas de desvio de dinheiro e pagamento de propina pela Operação Lava Jato.
Os depoimentos foram solicitados pelos deputados Carlos Marun (PMDB-MS), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Efraim Filho (DEM-PB), Mendonça Filho (DEM-PE) e Celso Pansera (PMDB-RJ).
Pansera quer ainda que Simão explique por que as denúncias do ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor não foram investigadas imediatamente pela Controladoria.
Em depoimento à CPI em Londres, Taylor, que durante nove anos trabalhou na SBM, disse que a empresa pode ter feito pagamentos de mais de 92 milhões de dólares em propina em troca de contratos com a estatal entre 2003 e 2011.
Ele chegou a esse valor com base nos 193 milhões de dólares que o representante da SBM no Brasil, Júlio Faerman, recebeu como comissão pelos contratos com a Petrobras nesse período. Segundo o advogado, 2/3 deste total eram destinados ao pagamento de propina. Ele disse ter fornecido essas informações à CGU, no ano passado, e acusou o órgão de não ter investigado o caso.
“O órgão encarregado do controle interno do Poder Executivo federal só anunciou a abertura de processo contra a SBM após o segundo turno da eleição presidencial”, reclamam Onyx Lorenzoni e Efraim Filho.
Em depoimento na CPI no último dia 7, o ex-ministro-chefe da CGU Jorge Hage disse que a controladoria começou a investigar a suspeita de pagamento de propina em fevereiro de 2014, seis meses antes do primeiro contato feito por Taylor, e optou por não usar documentos fornecidos pelo advogado porque havia suspeitas de que os arquivos e gravações foram obtidos de forma ilícita, o que poderia invalidar as apurações. “Além do mais, os nomes fornecidos por ele já constavam de uma investigação interna da Petrobras”, explicou.
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