CPI não encontrará tráfico de influência nos financiamentos do BNDES, diz diretor

  • Por Agência Estado
  • 16/10/2015 12h25
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Divulgação Prédio do BNDES

O diretor de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, afirmou nesta sexta-feira, 16, que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades nas operações do banco há 60 dias tem razões de natureza política e não encontrará qualquer problema na instituição.

“Nada foi encontrado e não encontrarão nenhum caso de tráfico de influência em seus financiamentos. O BNDES tem 63 anos de lisura em financiamento. Quem viver verá”, disse em participação em evento do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), no Rio

Ferraz demonstrou desconforto com algumas análises que classificou de “singelas” sobre o papel do banco, como a de que “os recursos são subsidiados”, sem levar em conta o fato de que houve uma decisão no País em 1988 de financiar o longo prazo com a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), mais baixa que a taxa básica de juros (a Selic) por termos um sistema indexado e complexo. “O BNDES faz e presta contas do que lhe foi atribuído”, afirmou.

O executivo falou ainda sobre as críticas aos financiamentos às exportações de serviços, destacando que isso é parte do papel do banco enquanto apoiador das empresas brasileiras que buscam se fortalecer no exterior.

“O BNDES está sofrendo muitas críticas por financiar (projetos de) infraestrutura fora do País, embora isso represente menos de 4% dos seus desembolsos. Tem algumas neuras ideológicas e políticas que são muito estranhas. Espero que a gente passe logo por isso”, disse. 

Petrobras

O diretor de Planejamento do BNDES afirmou que a crise de corrupção vivida no momento “não é um escândalo da Petrobras”. “A Petrobras é vítima de um grupo de pessoas mal intencionadas”, fez questão de pontuar em um debate sobre as condições de investimento na América Latina, no Rio, e que abordou o tema governança.

Ferraz reagiu ao comentário do moderador Jorge Errazuriz, do BTG Pactual no Chile, sugerindo que sem “subsídios” do BNDES o Brasil não tem condições de viabilizar investimentos de longo prazo. O executivo destacou que a estrutura da taxa de juros do Brasil é “muito curta e muito alta”.

“O BNDES mitiga problemas estruturais. É um problema histórico, de governos anteriores”, disse Ferraz.

O executivo do BNDES disse que um desafio do País é diversificar as fontes de financiamento de longo prazo e que o banco de fomento tem buscado estimular a participação do mercado de capitais, por exemplo, reduzindo custos de empréstimos a projetos que usarem mais debêntures para se financiar.

Reforçando a importância do avanço das concessões e de projetos de infraestrutura, Ferraz afirmou que apesar da perspectiva de queda dos desembolsos gerais do BNDES em 2015, os desembolsos para o setor devem crescer 5% em relação ao ano passado. “Temos uma carteira importante em infraestrutura e queríamos ter muito mais. E está na hora de dividir isso com o setor privado”, afirmou.

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