Crianças e adolescentes negras são cerca de 40% das vítimas de estupro no Brasil

Números mostram que 6 de cada 10 registros envolvem meninas com menos de 18 anos

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2024 17h04 - Atualizado em 01/07/2024 19h35
ANDRÉ RIBEIRO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO SP - ATO/ABORTO/PL/SP - GERAL - 23/6/2024 Em 2010, quando foi realizada a primeira análise, os números de estupro de crianças e adolescentes era de 3 em cada 10

Um estudo feito pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper, com base nos dados do Sistema Nacional de Atendimento Médico, do Ministério da Saúde, apontou que crianças e adolescentes negras são cerca de 40% dos casos registrados de estupro no Brasil, o dobro da incidência quando os dados são comparados com pessoas brancas. Os números mostram que 6 de cada 10 registros de estupro no país envolvem meninas com menos de 18 anos, sendo que os crimes realizados contra mulheres pardas e pretas aumentaram nos últimos anos. Em 2010, quando foi realizada a primeira análise, os números eram 3 em cada 10. Já em 2022, subiu para 4 em cada 10, e agora chegou ao 6. Os estrupo cometidos contra meninas brancas são 2 em cada 10. Essa diferença racial também aparece em outras faixas etárias, e mostra que as mulheres pardas e pretas são as principais vítimas de todos os tipos de violência de gênero.

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O estudo também verificou que houve um aumento no número de casos notificados por vítimas de estupro de 2010 a 2022, sendo vítimas negras o maior grupo de denunciante. Em 2010, eram 7.617, já em 2022, subiu para 39.661, sendo que 60% desse total são negras. Brancas representam 33,3%. Quando se olha apenas os números relacionando as crianças e adolescentes, sendo que maior parte delas tem entre 11 e 17 anos, os números são maiores. Pois as vítimas pardas e pretas representam 61,9% e as brancas, 30,8%. Na maior parte do caso, os agressores são do círculo de convívio familiar da vítima. A vulnerabilidade socioeconômica acaba sendo um fator que deixa as mulheres negras mais expostas a este tipo de crime do que as demais.  Os casos de assassinato – são 68,61% dos índices registrados em 2021 – e assédio sexual contra mulheres negras, também registram um aumento ao decorrer dos anos. Os assédios subiram de 3.354 para 11.811.

 

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