Crimes aumentam na região do Alto de Pinheiros, onde estudante foi baleado

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/09/2017 08h34
  • BlueSky
GER03 FRÁNCFORT (ALEMANIA) 17/08/2016.- Una pistola Glock 17 perteneciente al acusado de haber suministrado el arma homicida al joven que mató en un tiroteo a nueve personas en Múnich y después se quitó la vida, es presentada como prueba en una rueda de prensa en Fráncfort, Alemania, hoy, 17 de agosto de 2016. La policía alemana detuvo ayer en Marburg a un hombre acusado de haber suministrado el arma homicida al autor de los asesinatos, de 18 años de edad. Según informaron la Fiscalía General y la Oficina de Aduanas en un comunicado conjunto, el sospechoso, de 31 años, se reunió en dos ocasiones con el joven para entregarle la pistola y proveerle de munición. EFE/Arne Dedert EFE/Arne Dedert Na região, os roubos subiram 11% e os furtos, 33%, na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado

Moradores do Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, têm convivido com o crescimento da criminalidade na região, notado por meio dos frequentes roubos e furtos de veículos, casas e pedestres. Os efeitos da insegurança também são sentidos na Praça Por do Sol, cujas reclamações se estendem a problemas de zeladoria e iluminação, com recorrentes denúncias de tráfico de drogas. Na região, os roubos subiram 11% e os furtos, 33%, na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado.

Nesta semana, uma tentativa de roubo contra o estudante Lucas Monteiro Espinosa, de 22 anos, na Rua Pascoal Vita, nas imediações da praça, terminou com a vítima baleada no peito. O jovem teria demorado para entregar a chave do carro ao criminoso e permanece internado com quadro estável no Hospital das Clínicas. Para quem conhece a região, a violência ainda preocupa, apesar de não ser uma novidade.

É o que diz um vigilante que prefere não se identificar, mas que trabalha há 24 anos na região. “Tudo o que você pensar, acontece aqui: tráfico, roubo de carro, invasão de residência. E está cada vez pior”, diz o homem. Os casos, conta, ocorrem com mais frequência em razão da proximidade da praça. “Os ‘malas’ aproveitam para atacar quem fica fumando maconha e dá bobeira à noite. Tem também casal que fica namorando e vira alvo fácil.”

As ocorrências se acumulam. As ruas próximas, como a Décio Reis, já tiveram dois assaltos contra motoristas do Uber – em um deles, a vítima foi baleada de raspão ao reagir -; na Rua Caropá, ladrões passam testando a resistência dos portões eletrônicos e, quando encontram um aberto ou facilmente quebrável, furtam o que encontram pela frente. Na Rua Napoleão Laureano, criminosos não deixaram para trás nem a cadeirinha do bebê ao furtar um carro.

Estatística

Dados da Secretaria da Segurança mostram que o número de roubos no 14.º Distrito Policial (Pinheiros), que também abrange o Alto de Pinheiros, saiu de 1.213 casos nos sete primeiros meses do ano passado para 1.353 em 2017, aumento de 11,5%; com os furtos, o crescimento foi de 33,5%, com 4.555 casos neste ano.

Em nota, a Associação dos Amigos do Alto de Pinheiros (Saap) diz que “há anos vem buscando melhorias junto ao poder público e, entre falta de vontade política e recursos escassos, pouco se conseguiu”. “Continuaremos cobrando as autoridades competentes e mobilizando os moradores em prol de um Alto de Pinheiros mais seguro.”

A presidente do conselho da Saap, a arquiteta Ignês Barretto, diz que a área “vive uma crise”, com “momentos dramáticos”, e vê relação com a intensificação do movimento na praça. “É uma tragédia anunciada. A praça virou um ícone para a cidade e deixou de ser uma atração local, atraindo pessoas de todos os lugares. A coisa foi se complicando a partir daí.” Ela diz que os apelos ao poder público para melhoria na segurança e na limpeza da região não receberam resposta efetiva.

Para o advogado Sérgio Zuardi, de 57 anos, que frequenta a praça duas vezes por semana, a concessão à iniciativa privada poderia auxiliar na recuperação. “É um local lindo e com potencial, mas que agora tem segurança precária e peca em seu aspecto e na limpeza”, diz.

Já para o ambulante Daniel Pedro, de 30 anos, o momento é de pujança do comércio. Ele diz que trabalha na praça há dois anos e meio e nunca se incomodou com segurança, “apesar de na semana passada terem dito que houve um arrastão com 30 vítimas”. “Eu mesmo nunca tive nenhum problema. Enquanto tem gente aqui, eu fico vendendo e muitas vezes aos fins de semana a moçada vai madrugada a dentro.”

“Adoção” de praça

A Prefeitura de São Paulo pretende contar com a iniciativa privada para melhorar as condições da Praça Por do Sol e diz que ela será incluída no programa “Adote uma Praça”, “que vem apresentando bons resultados nos serviços de manutenção, conservação e paisagismo de áreas públicas por meio de termos de cooperação”. Sobre os relatos de violência, a Secretaria da Segurança Pública diz haver policiamento preventivo e ostensivo na região realizado pela 1ª Companhia do 23º Batalhão da Polícia Militar, com diversos programas, e destacou que 385 pessoas foram presas em flagrante, com apreensão de 21 armas na área do 14º DP.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.