Crise econômica e corrupção tornam eleitor pessimista, vê diretor do Datafolha
O diretor-geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, repercutiu em entrevista à Jovem Pan nesta segunda (22) a pesquisa divulgada neste fim de semana que mostrou 65% de avaliação negativa do governo Dilma e fez projeções como se as próximas eleições (de 2018) fossem hoje.
Paulino avalia que “a crise econômica é o principal fator” de aumento da avaliação negativa de Dilma, “mas alimentada também pelo noticiário de corrupção”.
“As pessoas vão ao supermercado e não conseguem mais encher o carrinho e, quando chegam em casa, ouvem um noticiário de corrupção”, exemplifica Paulino. Para ele, esse “conjunto de fatores” gera uma “sensação muito forte de estelionato eleitoral”, quando o governante promete e não cumpre.
“Momento crucial”
Comparando a popularidade de Dilma com a de Collor em 1992, momentos antes do impeachment do agora senador (a avaliação da presidente hoje é a mais baixa desde aquela época), Paulino destaca uma diferença. “Nesse governo, por outro lado, existe algum tempo ainda de recuperação”. “Mas acho uma recuperação muito difícil”, ressalta.
Os analistas econômicos esperam difíceis perspectivas de recuperação brasileira até o ano que vem no mínimo. Para Paulino, a virada de 2015 para 2016 será um ponto importante de avaliação da nota que se dá ao governo.
“O final de ano e começo do ano que vem vai ser um momento crucial para fazermos essa análise”, diz, destacando que as festas de Réveillon trazem um clima de “otimismo”, enquanto janeiro abarca um “choque de realidade”.
Atualmente, porém, as perspectivas, nem da população em geral, são positivas. “Os eleitores estão muito pessimistas”, vê Paulino. “Há uma das maiores taxas de pessimismo que o Datafolha já registrou.”
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