Cronograma do impeachment é apresentado; Dilma deve ser ouvida dia 20

  • 25/05/2016 15h59
EFE Dilma Rousseff - EFE

A comissão especial do impeachment no Senado tratou do plano de trabalho. O relator da comissão do impeachment do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresentou nesta quarta-feira (25) uma proposta de cronograma para o processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff.

Pela proposta de Anastasia, que precisa ser confirmada em votação pela comissão, a fase de investigações da denúncia do impeachment se encerraria no dia 2 de agosto e Dilma seria ouvida no dia 20 de junho.

Ele apontou que o prazo para o término dos trabalhos não necessariamente precisa ser de 180 dias, pode ser antecipado. “É bom lembrar. Em primeiro lugar, o prazo é de até 180 dias. Na realidade, o processo, é bom lembrar, nem tem prazo. O processo pode até nem concluir em até 180 dias. É um prazo de afastamento e não processual”, disse.

Já a senadora Fatima Bezerra do PT do Rio Grande do Norte não aceitou que se os trabalhos sejam feitos com pressa, pois é uma questão que envolve o posto mais alto da República. “Nós estamos tratando de um tema extremamente complexo, polêmico. por tudo que já foi dioscutido, sabemos do grau da polêmica e da complexidade que envolve um tema desse. Estamos tratando de um tema que é mandato popular de, nada mais nada menos, do principal mandatário da nação. Isso não dá para ser tratado com celeridade, com pressa, de maneira nenhuma”, pontuou.

O presidente da Comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB) destacou que o cronograma de trabalho será definido semana que vem após pedido de vista coletiva feito pela senadora Gleisi Hoffman. “A discussão em relação ao cronograma, ele vai se processar na próxima semana”.

O senador Ronaldo Caiado do DEM de Goiás afirmou que estão inaugurando um novo modelo, já que não há semelhança com o efetuado em 1992 no impeachment de Collor. “Nós não temos nenhum precedente, porque até a cassação em 1992 ocorreu em 48 horas. Não existiu nada disso. Estamos inaugurando um novo modelo”.

O senador Lindemberg Farias (PT-RJ) pediu a suspensão dos trabalhos sob o argumento de que os trabalhos estão viciados, alegando que as recentes gravações de Romero Jucá com Sérgio Machado atrapalham o andamento. “Isso aqui não é uma questão qualquer. Esse processo do impeachment está sendo desmoralizado internacionalmente e no País. por isso estou apresentando a questão de ordem para repsonder na próxima reunião os fatos. Toda semana surge alguma coisa. A presente questão de ordem é para requerer que a comissão suspenda todos os trabalhos. Oficiando o STF e a PGR até que se obtenha os conteúdos das provas referentes ao processamento do pedido do impeachment”, disse.

Já Cassio Cunha Lima afirmou que as gravações de Sérgio Machado e Romero Jucá não vão interferir no processo, e ainda o chamou de delator “cretino” e bateu boca com o senador petista Lindbergh Farias.

O presidente da comissão, Raimundo Lira rejeitou a questão de ordem de Lindbergh Farias que pedia a suspensão dos trabalhos.
O petista, por sua vez, disse que acata a decisão do presidente da comissão, mas que vai recorrer ao STF com base nos mesmos argumentos.

*Informações do repórter Daniel Lian

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