Cunha fora da linha de sucessão “é um problema a menos para Temer”, diz Jarbas
Crítico ferrenho do copartidário Eduardo Cunha (PMDB), o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PE) classifica o afastamento de Cunha do seu mandato, em decisão liminar, como uma “decisão tardia, mas importante”.
O deputado avalia também que a saída de Cunha “é um problema a menos para Michel Temer”, com quem Jarbas se encontrou na quarta (4). Se permanecesse como presidente da Câmara, lembra, Cunha seria o segundo da linha sucessória à Presidência da República em um eventual governo Temer e “assumiria para desmoralizar um combalido processo político brasileiro”. No Brasil, há o costume de o vice-presidente tomar posse interinamente quando o titular faz uma viagem ao exterior, por exemplo.
A favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff, Jarbas acredita que o afastamento de Cunha é algo complementar. “Hoje, até para o processo de impeachment, foi importante a saída dele, porque se complementam as duas coisas. Matéria atrai a matéria. Um arrastou o outro”, diz.
Jarbas Vasconcelos não mediu críticas a Cunha. Ele disse que uma pessoa “inescrupulosa e chantagista” não podia continuar à frente da Câmara dos Deputados. “O Cunha é inteligente, conhece o regimento como ninguém, mas é uma pessoa perniciosa, perigosa, chantagista”.
No entendimento do parlamentar, o cargo da presidência da Câmara está vago e Waldir Maranhão (PP-MA) terá o prazo de cinco sessões deliberativas para convocar novas eleições na Casa. “As coisas consumadas, saem os dois juntos (Cunha e Waldir), encangados, como se diz no nordeste”, afirma.
Sobre Waldir, também citado na Lava Jato, Jarbas diz: “não é inteligente como ele (Cunha), não é astuto como ele”. “Todos esses atributos que eu citei são votados para a safadeza, para as coisas imorais”, ressalta. “A primeira coisa é saber se isso (afastamento de Cunha) é definitivo”.
Temer
Jarbas Vasconcelos se encontrou com o vice-presidente da República Michel Temer no Palácio do Jaburu nesta quarta-feira (4). “Encontrei ele (Temer) muito apreensivo”, diz Jarbas.
O deputado recomendou ao possível futuro presidente “assumir promovendo mudanças, fazendo gestos, ações” que correspondam à expectativa da população. “Eu tinha a dimensão e imaginava que ele também tinha do momento crucial que a gente vive”.
Jarbas disse que Temer não precisaria de cargos para atender às demandas da sociedade, mas apenas de uma vontade pessoal.
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