Cunha nega contas no exterior e afirma ser vítima de perseguição política

  • Por Agência Câmara
  • 12/09/2016 21h54
Brasília - O deputado Eduardo Cunha começou sua defesa na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dizendo que o processo de cassação contra ele teve motivação política (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Eduardo Cunha

O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou possuir conta no exterior não declarada, disse que é vítima de perseguição política e que chega ao Plenário já cassado por opiniões pré-concebidas na sociedade.

Em discurso de 33 minutos aos deputados, ele reafirmou que os recursos que usou no exterior pertencem a um trust, do qual é apenas beneficiário. O processo de perda de mandato contra Cunha baseia-se no fato de que ele teria mentido à CPI da Petrobras, quando disse não possuir contas no exterior, em depoimento espontâneo feito em maio de 2015.

O deputado afastado contestou essa argumentação e sustentou que o processo não conseguiu identificar a conta ou o banco em que ele teria contas. “Eu quero saber o número da conta”, desafiou. “Eu não menti à CPI. Cadê a prova?”, indagou Cunha.

Processo político

Ele disse ser vítima de um processo político por ter aceito a denúncia contra a ex-presidente Dilma Rousseff que deu origem ao processo de impeachment. “Alguém tem dúvida de que, se não fosse minha atuação, teria tido processo de impeachment? Essa é a razão da bronca do PT e de seus asseclas”. “Estou pagando o preço por ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que eu estou pagando por livrar o País do PT.”

De acordo com Cunha, os deputados vão votar hoje sem conhecer “tecnicamente” as sete mil páginas do processo contra ele, e apontou também ser vítima de um “tratamento diferenciado” por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), onde responde a diversos procedimentos criminais, como duas ações penais (em que figura como réu) e uma denúncia, além de um pedido de prisão.

Prova disso, segundo o ex-presidente da Câmara, é que até hoje, dos mais de quarenta parlamentares citados em delações da Operação Lava Jato, só dois possuem processo no Supremo: ele e Nelson Meurer (PP-PR). Além disso, o prazo médio de aceitação de denúncia na Corte é de 662 dias. No caso dele, teria foi menos de 60 dias. “Efetivamente, existe um tratamento diferenciado”, declarou.

A sessão para análise do processo contra o deputado Eduardo Cunha prossegue no Plenário da Câmara.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.