Cunha nega ter discutido saída de Cardozo em almoço com Temer e Renan

  • Por Agência Estado
  • 14/10/2015 17h58
Brasília - O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fala com a imprensa sobre a representação contra ele no Conselho de Ética, pouco antes de entrar no plenário (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Eduardo Cunha

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou na tarde desta quarta-feira, 14, que tenha conversado com o vice-presidente Michel Temer e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre pedido de saída do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do cargo. A declaração foi dada ao chegar à Câmara, após encontro com os outros dois peemedebistas no início desta tarde no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.

De acordo com informações de bastidores publicadas pela imprensa, Cunha estaria negociando com o Palácio do Planalto e lideranças do governo na Câmara para que Temer assuma o Ministério da Justiça no lugar de Cardozo. Esse seria um dos pontos da negociação do peemedebista para tentar salvar seu mandato de deputado. Em troca, Eduardo Cunha se comprometeria a não deferir qualquer pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Casa.

O presidente da Câmara chegou por volta das 13 horas ao Palácio do Jaburu, onde almoçou com Michel Temer. Já o presidente do Senado só chegou ao local por volta das 14h10. Os dois deixaram a residência oficial do vice-presidente por volta das 15h10. Eles não falaram com imprensa nem na chegada nem na saída. O encontro dos três peemedebistas não constava na agenda oficial deles até a tarde desta quarta. Não há informações da participação de outros políticos na reunião.

Aproximação

Apesar de Cunha negar que esteja negociando com o Planalto para garantir sua permanência no cargo, deputados governistas ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, não escondem que há uma aproximação do Executivo com o presidente da Câmara. O condutor das conversas, dizem, seria o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. “Não podemos entregar Eduardo Cunha nas mãos da oposição. Tem de dialogar”, justificou um aliado em condição de anonimato.

A saída de Cardozo do cargo também agradaria a boa parte da bancada do PT. Os petistas estão incomodados com as investigações contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e com as apurações contra os governos Dilma e Lula. Eles reclamam que o ministro não tem controle sobre a Polícia Federal. Para os petistas, a PF poderia se aprofundar nas investigações envolvendo também supostas irregularidades ocorridas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

Segundo aliados do Planalto relataram ao Broadcast Político, outro pedido do peemedebista na negociação com o Palácio do Planalto seria a intervenção do governo junto à Procuradoria Geral da República (PGR) para “segurar” as investigações contra ele.

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